O primeiro capítulo da semifinal da Copa do Brasil entre Flamengo e Corinthians foi morno, chegando a não ser contabilizado nenhuma finalizacao no 2° tempo.
Nesta quarta-feira (12), o Maracanã assistiu à retranca armada por Jair Ventura segurar os flamenguistas em noite de poucas emoções e nenhum gol. Os corintianos praticamente abdicaram do ataque e, após duas derrotas seguidas pelo Brasileirão, seguem vivos no mata-mata nacional para decidir a vaga dentro de casa, em duas semanas, no dia 26.
Com Paquetá e Cuéllar desde o início, o Flamengo voltou a sofrer dificuldades contra uma equipe bastante fechada quando joga em seus domínios. Perigoso somente pelo alto e nos chutes de fora da área, o time de Maurício Barbieri precisará vencer em Itaquera para avançar à decisão com Palmeiras ou Cruzeiro – claro, com a possibilidade dos pênaltis em caso de nova igualdade. Na Copa do Brasil, vale lembrar, o gol fora de casa não é mais critério de desempate.
O Corinthians, aparentemente, deixa o Maracanã satisfeito. Em crise de resultados e de sistema defensivo, Jair “esqueceu” do ataque em sua segunda partida no novo clube, mas tenta dessa maneira resgatar a confiança da equipe que, após o título paulista, só vê a Copa do Brasil como oportunidade de erguer outro troféu em 2018.
O melhor: Cássio
Protegido por um sistema defensivo numeroso, o goleiro fez sua parte. Capitão no Maracanã, parou o Flamengo em pelo menos três boas defesas. Foi a primeira vez após quatro jogos que o Corinthians saiu sem ser vazado.
O pior: Uribe
No dilema vivido por Maurício Barbieri, o colombiano foi a escolha da vez para tentar dar maior dinamismo ao setor. Sem espaço entre os muitos defensores corintianos, foi peça quase inofensiva. Só ameaçou em cabeçada no primeiro tempo e saiu para entrada de Henrique Dourado.
Convocados por Colômbia e Brasil respectivamente, os dois meio-campistas flamenguistas voaram rapidamente para o Rio de Janeiro e jogaram contra o Corinthians. Cuéllar se desdobrou como de costume na marcação e foi o principal ladrão de bolas. Paquetá, usado por Tite na véspera, contra El Salvador, disse que não era momento de falar de cansaço, mas saiu na etapa final aos 27min. Antes, se esforçou e exigiu grande defesa de Cássio em finalização. Fagner, envolvido na mesma polêmica, demonstrou segurança na lateral após lesão muscular. Saiu após 75 minutos, cansado.
A aplicação defensiva no dérbi custou a Pedrinho a vaga de titular no time de Jair Ventura, que novamente deixou claro que proteger a defesa é prioridade no começo de seu trabalho. Assim, Clayson foi titular após quatro jogos e, a exemplo de Romero, jogou na ponta. Reorganizada com três volantes, sendo Ralf mais recuado e Gabriel e Douglas mais à frente, a equipe deu liberdade a Jadson, o homem mais adiantado na (muito) cautelosa escalação corintiana.
Com posse de bola na casa dos 30%, o Corinthians só chegou ao gol de Diego Alves em duas ocasiões, quase seguidas. Aos 23min do primeiro tempo, Paquetá vacilou na saída de bola, Clayson disparou livre e chutou para fora. Aos 25, a equipe chegou na área com triangulação, mas a finalização de Douglas foi muito ruim. Os rubro-negros conseguiram ser mais perigosos pelo alto, e Uribe e Réver exigiram grandes defesas de Cássio na etapa inicial.
O momento rubro-negro é realmente de instabilidade. Sem conseguir criar diante de uma defesa forte do Corinthians, Barbieri apostou em Dourado para tentar dar mais trabalho a Henrique e Léo Santos, que o controlaram assim como Uribe. Willian Arão, para ter um jogador mais forte na bola áerea, foi chamado para a vaga de um cansado Paquetá. E Lincoln, por fim, para tentar aproveitar a baixa estatura de Fagner e Paulo Roberto, que jogaram na lateral direita. Nada deu muito resultado.
Gramado ruim é alvo de críticas do Maracanã mais uma vez
Alvo de críticas e questionamentos por conta do estado lamentável nos últimos jogos, o gramado do Maracanã mais uma vez foi um ponto negativo. Nem o trabalho de recuperação emergencial surtiu efeito. O campo apresentou muita areia e nem sequer pôde ser regado no intervalo, já que a bomba quebrou. O estádio ficará fechado a partir desta quinta-feira (13) por três semanas para que o gramado seja recuperado de forma a receber os últimos jogos da temporada.
VAR não é utilizado, mas “dá trabalho” ao árbitro
Uma das atrações da Copa do Brasil, o árbitro de vídeo não foi acionado nenhuma vez na semi do Maracanã, de fato sem nenhum lance polêmico nesta noite. O juiz Bráulio da Silva Machado, alvo de críticas do Fla na prévia do jogo, só chamou a atenção ao se enrolar com o aparelho comunicador que se descolou de seu rosto.
FICHA TÉCNICA
FLAMENGO 0 X 0 CORINTHIANS
Data: 12 de setembro de 2018, quarta-feira
Local: Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Braulio da Silva Machado
Assistentes: Guilherme Dias Camilo e Kléber Lúcio Gil
Cartões amarelos: Douglas (Corinthians)
Público e renda: 48.822 pagantes, 53.303 presentes e R$ 2.395.595,00
Flamengo: Diego Alves; Rodinei, Léo Duarte, Réver e Renê; Cuéllar; Everton Ribeiro, Diego, Paquetá (Willian Arão) e Vitinho (Lincoln); Uribe (Henrique Dourado). Treinador: Maurício Barbieri.
Corinthians: Cássio; Fagner (Paulo Roberto), Léo Santos, Henrique e Danilo Avelar; Ralf, Romero, Gabriel (Araos), Douglas e Clayson (Mateus Vital); Jadson. Treinador: Jair Ventura.
UOL