Avaliar e identificar os pacientes que necessitam de atendimento prioritário, de acordo com a gravidade clínica, potencial de risco, agravos à saúde ou grau de sofrimento. Assim funciona a Classificação de Risco, uma ferramenta utilizada nos serviços de urgência e emergência da rede assistencial da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
No Brasil, um dos modelos mais utilizados é o Modelo de Manchester (Manchester Triage System – MTS), protocolo assistencial atualmente utilizado nos serviços de saúde da Capital. Este método prevê que o tempo de chegada do paciente ao serviço até a classificação de risco e, que os tempos alvos para a primeira avaliação médica, sejam cumpridos de acordo com a gravidade clínica do doente.
“O Protocolo de Manchester é baseado em categorias de sinais e sintomas e contém fluxogramas que são selecionados a partir da situação/queixa apresentada pelo paciente, permitindo que os atendimentos sejam realizados com mais eficiência, já que se tratando de saúde, tempo pode representar a diferença entre salvar uma vida e perder um paciente”, explica a Coordenadora da Rede de Urgência e Emergência de João Pessoa, Rafaella Medeiros.
D R T . R J . 15855.Ivomar Gomes Pereira.
A Rede Municipal de Saúde segue as diretrizes das Portarias do Ministério da Saúde para o funcionamento dos serviços de Urgência e Emergência, dessa forma, os hospitais municipais com porta de entrada de rede de urgência e emergência como o Complexo Hospitalar de Mangabeira Tarcísio de Miranda Burity (Ortotrauma), Hospital Municipal Valentina (HMV) e as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) Oceania, UPA Valentina, UPA Cruz das Armas e UPA-E Bancários, funcionam por meio de Classificação de Risco.
A Coordenadora da Rede de Urgência e Emergência de João Pessoa explica que nesses serviços o tempo de atendimento depende de cada caso clínico, descrito pelo paciente durante a classificação de risco. “De acordo com as respostas apresentadas na aplicação do protocolo, o fluxograma, disponível no protocolo de Manchester, leva a um resultado e o paciente é classificado em uma das cinco prioridades identificadas por número, nome, cor e tempo alvo para a observação médica inicial”, explica Rafaella Medeiros.
Seguindo o Protocolo de Manchester o paciente é classificado na cor vermelha como atendimento emergente devendo ser atendido imediatamente; na cor laranja como caso muito urgente e atendimento em 10 minutos; cor amarela para atendimento urgente devendo ser atendido em até 60 minutos; cor verde como atendimento pouco urgente e podendo esperar até 120 minutos e na cor azul como não urgente e atendimento em até 240 minutos.
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“É importante que as pessoas compreendam a necessidade dessa qualificação e a especificação de cada cor e seu tempo de atendimento, uma vez que esse é um processo dinâmico de identificação dos pacientes que necessitam de tratamento imediato, de acordo com o potencial de risco, agravos à saúde ou grau de sofrimento. Para orientar os pacientes, em cada serviço uma tabela exposta identifica os tempos de atendimento de acordo com as cores do protocolo”, afirmou.
Josirete Santana, 59, é usuária do Sistema Único de Saúde e precisou usar o serviço da UPA-E Bancários pela primeira vez com muita tontura e indisposição e, ao chegar ao serviço, passou pela classificação de risco. Para ela, esse tipo de triagem garante atendimento adequado a cada pessoa.
“Acho importante porque o paciente é atendido dentro do risco que está correndo, como o nome já diz e esse atendimento preza pela vida da pessoa, cabe a nós que estamos aguardando o atendimento se colocar no lugar do outro e entender que por mais que eu esteja me sentindo mal sempre vai ter alguém em uma situação de mais dor e que precisa de atendimento mais rápido e talvez até antes de mim”, comenta a cabeleireira.
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Diminuição do risco de mortes evitáveis, priorização de acordo com critérios clínicos e não por ordem de chegada, obrigatoriedade de encaminhamento responsável com garantia de acesso à rede de atenção, aumento da eficácia do atendimento, redução do tempo de espera, detecção de casos que provavelmente se agravarão se o atendimento for postergado, diminuição da ansiedade e aumento da satisfação dos profissionais e usuários são alguns dos pontos que destacam a importância da Classificação de Risco para a assistência prestada.
A coordenadora da rede de urgência e emergência explica ainda que a classificação azul são os casos que poderiam ser atendidos nas Unidades de Saúde da Família, um quadro crônico sem sofrimento agudo ou caso social, mas caso o paciente deseje ser atendido na unidade de urgência e emergência, deverá aguardar o atendimento dos pacientes classificados como vermelho, laranja, amarelo e verde.
Já nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAS) Oceania, Valentina e Cruz das Armas são atendidos casos de urgências clínicas e pediátricas e na UPA-E Bancários são atendidas urgências clínicas, pediátricas e ortopédicas. Em todas as unidades com atendimento prioritário para as cores vermelha, laranja, amarela e verde.
Entenda cada cor da classificação de risco:
Classificação VERDE: Sem risco de morte imediata. Somente será atendido após todos os pacientes classificados como vermelho e amarelo.
Casos como: Dor a esclarecer; Lombalgia leve; Pele: Erisipela, Catapora e Herpes Zoster; Febre Baixa (38ºC); Dor crônica com piora recente; Urticária
Classificação AMARELA: Urgência. Será atendido com prioridade sobre os pacientes classificados como verde, no consultório ou leito da sala de observação.
Casos como: Crise asmática leve a moderada; Febre sem complicações; Crise de Pânico; Infecções Orofaciais Disseminadas; Hemorragias; Suspeita de Violência; Crise de Enxaqueca; Dor torácica; Lombalgia Moderada a intensa; Urgência Hipertensiva; Mordedura de animais.
Classificação LARANJA: Muito urgente. Prioridade de atendimento em até 10 minutos e sobre os pacientes classificados como amarelo, verde e azul.
Casos como: Crise Convulsiva; Febre alta em crianças; Dor severa; Surto Psicótico com tentativa de suicídio; Gestante com sangramento ou sangramento agudo; Urgência Hipertensiva grave; Crise asmática grave.
Classificação VERMELHA: Emergência. Será atendido imediatamente na sala de emergência.
Casos como: PCR- Parada Cardíaca; AVC- Acidente Vascular Encefálico; Emergências Hipertensivas; EAP- Edema Aguda de Pulmão; Engasgo com broncoaspiração; Choques circulatórios; Choque Elétrico com perda de consciência; IAM- Infarto Agudo do Miocárdio.
Classificação Azul: Não Urgente. Quadro crônico sem sofrimento agudo ou caso social, deverá ser preferencialmente encaminhado para atendimento em Unidade Básica de Saúde ou atendido pelo Serviço Social.
Casos como: Verificar Pressão e glicemia; Saúde Mental; Suspeita de ISTs; Queixas sem alterações agudas; Curativos; Troca de Sondas; Atendimento de Urgências clínicas leves; conjuntivite; ardência ao urinar; tosse sem febre; febre baixa (38ºC); afecções leves.
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