A pandemia causada pelo novo coronavírus tem gerado uma crise mundial de saúde e economia, provocando mudanças em vários setores. No Brasil, apesar das medidas de isolamento social, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem mantido o calendário para realização do pleito. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Paraná revela que 65,3% de brasileiros defendem o adiamento do processo eleitoral por conta da atual situação no país, que já levou à morte mais de 31 mil pessoas.
De acordo com a pesquisa, a atuação dos prefeitos na gestão do governo municipal em relação ao combate ao coronavírus recebeu uma boa avaliação por parte dos entrevistados: para 42,3% os prefeitos estão atuando de forma ótima (14,1%) ou boa (28,2%). Já para 28,7%, os chefes dos governos municipais estão agindo de forma ruim (11,6%) ou péssima (17,1%). Para 26,2%, a atuação é regular e 2,8% não responderam ou opinaram.
Na região Nordeste, a atuação dos prefeitos no combate ao coronavírus é aprovada por 68,2% da população. Para 16,8%, a atuação é ótima, seguida de boa para 23,8% e regular para um total de 27,6%.
A Federação das Associações de Municípios da Paraíba (Famup), a Confederação Nacional de Municípios (CNM), o Movimento Mulheres Municipalistas (MMM), as associações microrregionais de municípios, prefeitos e prefeitas paraibanos, chegaram a divulgar uma carta em que defendem a não realização das eleições municipais neste ano por conta da pandemia causada pelo coronavírus.
No documento, eles pedem que seja considerada a posição histórica do Movimento Municipalista Brasileiro no sentido da unificação dos mandatos com a realização de uma eleição geral em 2022. A carta foi elaborada durante reunião do Conselho Político da CNM, realizada de forma remota.
Os prefeitos defendem diversos pontos e, entre eles, o fato de que há prazos a serem cumpridos, em atendimento à legislação eleitoral, que obrigam o afastamento dos servidores, em especial daqueles que atuam nas áreas da saúde e assistência social, fundamentais nesse momento de crise sanitária e que tenham a expectativa de concorrer.
De acordo com os gestores, uma eventual realização das eleições no fim deste ano impedirá a prestação e análise das contas dos candidatos, bem como a diplomação dos eleitos, além de inviabilizar uma adequada transição de governo. Sem isso, mais tempo levará a nova gestão para tomar conhecimento da real situação do ente público. A situação repercutirá negativamente nas ações do novo governo e, sobretudo, na continuidade das políticas públicas de combate à pandemia.
Para o presidente da Famup, George Coelho, não existe estrutura mínima para realizar eleição este ano. “Não dá para se pensar em uma disputa eleitoral em meio à crise sanitária que o país vem enfrentando. Acreditamos que não é viável o adiamento nem para dezembro, tendo em vista que adiar em dois meses não surtirá um efeito positivo para a disputa. Nossa luta agora é para que as eleições sejam unificadas para que ocorra de forma justa, democrática e igualitária”, afirmou.
Eleições pelo mundo
Levantamento da ONG Idea mostra que pelo menos 57 eleições marcadas até o fim de 2020 foram adiadas. Foram 15 pleitos nacionais com data modificada (Bolívia, Etiópia, Índia, Irã, Kiribati, Macedônia do Norte, Norte do Chipre, República Dominicana, Papua Nova Guiné, Polônia, Sérvia, Suíça, Síria, Siri Lanka e Uganda), 24 locais e seis referendos. Dezessete eleições estão mantidas. Seis países, entre eles o Brasil, discutem o adiamento do processo eleitoral.
Portal Correio