Fifa ignora ameaça de guerra e mantém Copa do Mundo na Rússia

Vai ter Copa. E será na Rússia. A Fifa desmentiu a fake news dos últimos dias nas redes sociais e garantiu que a competição acontecerá na Rússia, de 14 de junho a 15 de julho, independentemente da atual ameaça de guerra. A internet também discutiu a possibilidade do evento voltar para o Brasil.

A Síria, vizinha e aliada geopolítica do país sede, foi bombardeada na semana passada por mísseis dos Estados Unidos, França e Inglaterra. Segundo o presidente norte-americano Donald Trump, o ataque foi em resposta ao suposto ataque químico do embaixador Bashar al-Assad. Um diplomata russo classificou a ofensiva como “insulto ao presidente russo” Vladimir Putin.

Apesar do tenso cenário, um porta-voz da Fifa procurado pelo R7 garantiu que neste momento não há razão para se alterar o que está decidido desde o final 2010. Bélgica e Holanda, Inglaterra e Portugal e Espanha foram a concorrentes da Rússia naquela oportunidade.

“A Copa do Mundo Fifa 2018 será disputada na Rússia. Temos confiança que as 32 seleções e os torcedores de todo o mundo farão outro evento memorável”, disse um porta-voz da Fifa.

A confiança da Fifa, claro, não contempla cenários mais extremos de uma eventual bombardeio em Moscou. Desde o atraso na entrega dos estádios no Brasil 2014 (um problema que se repete na Rússia 2018), a resposta é que a entidade máxima do futebol confia na organização local.

Mudança de sede

A Copa do Mundo já se viu obrigada a mudar de sede ao longo de suas 20 edições disputadas até aqui. Em agosto de 1982, diante de dificuldades econômicas e sob a insegurança do narcotráfico, a Colômbia desistiu de organizar a competição que aconteceria em menos de dois anos.

Segundo o então presidente, Belisario Betancur, o país não tinha condições de arcar com os pedidos da Fifa. “Aqui não se cumpriu com a regra de ouro em que a Copa deve servir à Colômbia e não a Colômbia à multinacional Fifa.”

Do outro lado, a Fifa atacou a organização do Mundial, que não teria se preparado em tempo. Os jogos passaram para o México, que havia organizado a Copa em 1970 — Brasil, Canadá e Estados Unidos chegaram a pensar em abrigar o Mundial. “A Fifa não tem culpa se a Colômbia, apesar de ter tido 12 anos para se preparar, diz que não consegue organizar uma Copa do Mundo.”

Mais recentemente, a gripe aviária provocou uma troca nas sedes da Copa do Mundo Feminina. Diante da crise de saúde pública, a China não poderia receber a competição em 2003. Os Estados Unidos, que organizariam a competição só em 2007, aceitou antecipar o torneio em quatro anos. Os chineses ficaram com a edição seguinte.

Em nenhum dos casos, a Copa do Mundo retornou ao último país-sede. Mais do que isso, em ambas as situações, extensas reuniões foram realizadas para se definir o local da próxima competição. Diferentemente das correntes de Whatsapp, a Fifa também confirmou ao R7 que o regulamento da Rússia 2018 não prevê, em nenhum momento, o retorno da competição à sede anterior.

R7