O Conselho Regional de Medicina do Estado da Paraíba (CRM-PB) interditou eticamente os médicos que trabalham na Policlínica Municipal do Idoso, no bairro de Tambiá, em João Pessoa. Em vistoria realizada nessa quinta-feira (21), a equipe do CRM-PB constatou que as inconformidades observadas na fiscalização do início do mês não foram corrigidas. Com a interdição, os médicos da policlínica estão impedidos de prestar seus serviços a partir desta sexta-feira (22).
Conforme relatório de fiscalização do CRM-PB, a policlínica necessita de manutenção predial com urgência, visto que foram observadas, em vários setores, condições insalubres de atendimento, com grande quantidade de mofo, infiltrações, lavabos quebrados e sem condições de uso, janelas danificadas, oferecendo riscos à saúde dos profissionais e usuários.
Também foi observada a falta de itens básicos nos consultórios médicos, como pia, toalha de papel, sabonete líquido, luva descartável, lençóis para as macas, estetoscópio, termômetro, otoscópio, negatoscópio, dentre outros. A unidade também não possui diretor técnico nomeado.
A equipe de fiscalização relatou ainda que os médicos da unidade referiram dificuldades relativas aos problemas estruturais e que estes existem há bastante tempo. A direção da policlínica informou que já fez solicitações à Secretaria Municipal de Saúde sobre a necessidade urgente de manutenção elétrica, hidráulica e estrutural, no entanto, ainda não foi atendida. Também foi relatado que não há fluxo bidirecional, havendo apenas uma via de entrada e saída da unidade, sem a separação dos pacientes com síndrome gripal.
“Infelizmente, tivemos que promover a interdição ética dos médicos da Policlínica do Idoso. Observamos que o local não possui condições mínimas de atendimento, apresentando riscos tanto para os pacientes, quanto para os profissionais. Já entramos em contato com os gestores municipais e, assim que as irregularidades forem sanadas, desinterditamos a policlínica”, afirmou o diretor de fiscalização do CRM-PB, Bruno Leandro de Souza.
Até a publicação desta matéria, a Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa não havia se posicionado publicamente sobre o assunto.