O executivo Jan Koum, um dos criadores do WhatsApp e seu CEO, anunciou nesta segunda-feira (30) que vai deixar a empresa que ajudou a erguer.
O anúncio confirma a reportagem do jornal americano “The Washington Post” que apontava a saída do executivo em meio a desacordos com o Facebook, dono do WhatsApp, sobre privacidade de dados.
Atualmente, o WhatsApp tem mais de 1 bilhão de usuários ativos diariamente no mundo todo. O aplicativo foi comprado pelo Facebook em 2014 por US$ 19 bilhões.
O desacordo e a saída
A publicação cita fontes familiarizadas com o assunto para afirmar que Koum e Facebook estavam em confronto. Os motivos seriam a estratégia do Facebook para o app de mensagens e as tentativas da rede social de obter dados pessoais e enfraquecer sua tecnologia de criptografia.
A proteção das informações dos usuários é uma das principais bandeiras defendidas por Koum e Brian Acton, o outro fundador do WhatsApp, desde a venda do app para a rede social. Em 2016, inclusive, a empresa reforçou sua segurança criando um recurso de criptografia ponta-a-ponta.
O assunto, no entanto, não foi abordado na mensagem de Koum postada nesta segunda (30) em seu perfil no Facebook.
“Faz quase uma década desde que eu e Brian [Acton] começamos o WhatsApp. Foi uma jornada incrível com algumas das melhores pessoas, mas é hora de seguir em frente”, ele diz.
“Estou saindo em um momento em que as pessoas estão usando o WhatsApp de formas que nunca imaginei. A equipe está mais forte do que nunca e vai continuar produzindo coisas incríveis. Vou tirar uma folga para fazer coisas que gosto fora da tecnologia, como colecionar Porsches raros refrigerados a ar, trabalhar nos meus carros e jogar frisbees”.
Mark Zuckerberg, criador e CEO do Facebook, comentou a postagem de Jan Koum dizendo que vai sentir falta de trabalhar perto de uma das mentes por trás do WhatsApp.
“Estou grato por tudo que você fez para ajudar a conectar o mundo, e por tudo que você me ensinou, incluindo encriptação e sua habilidade de tirar o poder dos sistemas centralizados e colocá-lo de volta nas mãos das pessoas. Esses valores sempre estarão no coração do WhatsApp”, afirmou Zuckerberg.
Com a saída de Koum, o WhatsApp não tem mais nenhum de seus cofundadores. Brian Acton deixou a empresa em setembro de 2017 para abrir uma fundação sem fins lucrativos.
G1