O Alzheimer não tem uma causa cerca, mas já é conhecido que alguns fatores podem acabar contribuindo para o surgimento da doença e até mesmo alguns tipos de vírus comuns. Um estudo colaborativo entre as universidades de Oxford e Tufts, em 2022, sugeriu que dois vírus comuns, o herpes simplex (HSV-1) e o varicela zoster (VZV), podem atuar juntos no desenvolvimento inicial da doença de Alzheimer.
O estudo, publicado na revista Journal of Alzheimer’s Disease, se baseou em evidências crescentes de que infecções virais, como o herpes, podem contribuir para doenças neurodegenerativas.
Embora já se soubesse, desde a década de 1980, que o HSV-1 poderia estar associado ao Alzheimer, as pesquisas recentes, como um outro estudo de 2020 da Tufts, esclareceram como o herpes pode induzir características patológicas da doença.

No entanto, com a prevalência global do HSV-1, ficou claro que outros fatores poderiam reativar o vírus dormente e desencadear o Alzheimer.
Descobertas do estudo
- O estudo de 2022 trouxe uma descoberta crucial ao demonstrar que a exposição das células cerebrais infectadas com HSV-1 ao VZV provocou a reativação do herpes e a formação de placas tóxicas associadas ao Alzheimer.
- Curiosamente, a infecção por VZV sozinha não gerou esses sinais de Alzheimer.
- Os pesquisadores sugeriram que a combinação de ambos os vírus poderia ser um fator crítico no desencadeamento da doença, mas também alertaram que existem outras possíveis vias e fatores, como trauma craniano e obesidade, que podem interagir com o HSV-1 para causar a neurodegeneração.
O estudo também levantou preocupações sobre o impacto da pandemia de COVID-19, já que a infecção por SARS-CoV-2 pode reativar o HSV-1 e o VZV, possivelmente aumentando o risco de doenças neurodegenerativas no futuro, especialmente entre idosos.
Desde então, diversos estudos, incluindo um de 2024, sugeriram que a vacinação contra herpes poderia reduzir as taxas de demência, fortalecendo a hipótese de uma ligação entre esses vírus e o Alzheimer.

Olhar Digital