Em seu novo álbum, Totonho e Os Cabra promove um encontro entre a embolada nordestina, o funk brasileiro e o hip-hop norte-americano. “Ai Dentu: Funk de Embolada e Hip Hop do Mato” está em fase de finalização, com lançamento previsto para julho de 2025 e pré-estreia nesta sexta-feira (16) em São Paulo.
O evento gratuito acontecerá na sede do Itaú Cultural, ocasião em que Totonho será acompanhado pelos músicos Chico Limeira, Nildo Gonzalez, Ernani Sá, Daniel Jesi e DJ Guirraiz.
Por meio de rimas de funk e embolada, o cantor e compositor traz na ponta da língua a construção de um pensamento crítico sobre o Brasil.
“É um pensamento de falar coisas sérias através de um de um ritmo que ora é muito discriminado, ora é muito festejado”.
O disco tem participações especiais de Bixarte, Ruanna Gonçalves e Helinho Medeiros, bem como Paulo Ró e Pedro Osmar, do Jaguaribe Carne, grupo do qual Totonho fez parte, marcando, segundo o músico, “o discurso mais antenado com sua origem”.
Em 10 faixas, o cantor e compositor de Monteiro, Cariri paraibano, transita pelas variadas nuances da poesia musical de improviso do Nordeste do Brasil e do coco de embolada, passando também pelo funk e pelas influências do hip hop norte-americano. Do começo ao fim, o disco traz a palavra enquanto instrumento de desenvolvimento e aprendizado.
“Tira o perfume na imaginação, mano, não estamos aqui no status de soberano, não é um desafio com a rima. Trajeto na catinga, a metrópole intermédia sua sorte, acerto na mira, o catimbó do negão velho explode. A metáfora pira”, comentou Totonho sobre o caminho de rimas percorrido no álbum.
Nas letras, Totonho expõe reflexões políticas e culturais do Brasil, com o recurso da ironia e do meme. “É um disco prontamente afro-tupi, que trata a questão do racismo, a questão da Amazônia, de forma frontal, mas com a linguagem mais de meme, que é uma linguagem que eu já venho desenvolvendo há muito tempo”, descreveu o cantor e compositor.
Portal Correio