O dia 25 de Julho representa o marco internacional da luta e resistência das mulheres negras da América latina e do Caribe. Nesta data, em 1992, foi realizado o I Encontro de Mulheres Afro-latino Americana e Caribenha, em Santo Domingo/República Dominicana, onde foi definido que essa data seria um dia de afirmação política e visibilidade da luta das mulheres negras. Em 2014, foi instituído no Brasil, através da Lei nº 12.987/2014, o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, como reconhecimento da luta das mulheres negras no país.
Na Paraíba, desde 1998, a Bamidelê – OMN/PB, vem fazendo parte dessa história, demarcando esse importante marco histórico de luta contra o racismo, sexismo e a LBTfobia com a realização de ações alusivas à data, mesmo antes de sua constituição, enquanto organização.
Em 2018, chegamos a 20ª Edição do 25 de Julho na Paraíba, sendo esta construída com um conjunto amplo de grupos, organizações e mulheres negras que compõem o Movimento de Mulheres Negras na Paraíba, intensificando ações em uma Agenda Afro-feminista, com variadas atividades, realizadas entre os dias 14/07 e 28/07.
No próximo dia 25/07/18, das 16h às 22h, na Usina Cultural Energisa, estaremos realizando a Ayeye Dudu1 – Celebração Negra da 20ª Edição do 25 de Julho na Paraíba, uma ação política-celebrativa dos 20 anos desse marco histórico da luta das mulheres negras na Paraíba, em consonância com as mulheres negras do Brasil e do mundo. Que objetiva demarcar a data, assim como fazer a denúncia da permanência do racismo na sociedade brasileira, que coloca a população negra e, consequentemente, as mulheres em situação de maior vulnerabilidades a diversos tipos de violência e arcarem com as maiores desvantagens nos indicadores sociais.
Dados: Em 10 anos, o número de assassinatos de mulheres negras cresceu 54%. As mulheres negras são duas vezes mais expostas ao risco de homicídio do que as brancas; as lésbicas negras
1Em Iorubá: Ayeye = celebração e Dudu = Negra
estão mais expostas a lesbofobia e as jovens negras têm três vezes mais probabilidade de serem estupradas do que as brancas (MAPA VIOLÊNCIA 2015). Outra face da violência é o encarceramento feminino, que cresceu 698% em 16 anos no Brasil. De cada três Mulheres encarceradas no Brasil, DUAS são NEGRAS (Infopen, jun/2014. Depto. Penitenciário Nacional/MJ). No tocante a Expectativa de Vida, uma pessoa negra vive 06 anos a menos do que uma pessoa branca adulta (Em média, a pessoa negra morre antes dos 65 anos). A taxa de Desemprego na população negra é de 28,5%, já na população branca é de 9,5% (Pnad Contínua, IBGE, 2017) e quanto à renda média real (Brasil em 2016) foi de R$ 2.043,00, o rendimento dos brancos foi de R$ 2.660,00 (acima da média nacional) e a dos Pardos e Pretos foi de R$ 1.480,00 e R$ 1.461,00, respectivamente (Pnad Contínua, IBGE, 2017).
O QUE: Ayeye Dudu – Celebração Negra da 20ª Edição do 25 de Julho na Paraíba, uma ação política-celebrativa dos 20 anos desse marco histórico da luta das mulheres negras na Paraíba QUANDO: 25 de Julho de 2018 – Próxima quarta-feira
HORA: Das 16h às 22h
LOCAL: Usina Cultural Energisa – Centro – João Pessoa/PB
Mais informações:
Solange Rocha – 9 8810-3696
Terlúcia Silva – 9 8817-2648
PROGRAMAÇÃO (25/07):
§ Feira Preta
§ Atividades com/para crianças
§ Cirandeiras de Caiana dos Crioulos
§ Lançamento do Encontro Nacional de Mulheres Negras + 30 anos
§ E a Conferência sobre Branquitude & Mulheres Negras, com a intelectual negra Cida Bento de São Paulo.
Sobre a convidada Cida Bento – Psicóloga social e Doutora em Psicologia, coordenadora executiva do Centro de Estudos das Relações do Trabalho e Desigualdades (CEERT) – São Paulo e integrante do Fórum Permanente pela Igualdade Racial (FOPIR) e da Articulação de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB). A mesma é autora dos seguintes livros: Cidadania em Preto e Branco, Ação Afirmativa e Diversidade no Trabalho e Psicologia Social do Racismo: Estudos Sobre Branquitude e Branqueamento no Brasil. Em 2015, foi considerada pela revista “The Economist” uma das 50 profissionais mais influentes do mundo no campo da diversidade).
Realização: Movimento de Mulheres Negras na Paraíba, Articulação de Mulheres Negras Brasileiras – AMNB, Articulação de Mulheres Brasileiras – AMB, Abayomi – Coletiva de Mulheres Negras na Paraíba, Bamidelê – Organização de Mulheres Negras na Paraíba, Afrobelas, Grupo de Mulheres Lésbicas e Bissexuais – Maria Quitéria, Fórum de Mulheres em Luta da UFPB, Fórum Paraibano de Juventude Negra – FOJUNE-PB, Instituto Elisabeth Teixeira
– Coletivo Feminista, Mandato de Sandra Marrocos, Mandato de Marcos Henriques, Mandato de Estela Bezerra, Movimento de Feministas e de Mulheres da Paraíba, NEABis (UFPB – UEPB), Rede de Mulheres Negras do Nordeste, RENFA – Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas, SINTESPB – Sindicato DosTrabalhadores em Ensino Superior do Estado da Paraíba, Sindicato das Trabalhadoras e Trabalhadores Domésticas(os), Secretaria de Mulheres do PMN, Setorial de Mulheres do PSOL.
AGENDA AFRO-FEMINISTA (Próximas Atividades)
Dia/Horário
Atividade
Local
24/07-3ª feira- Manhã
Cortejo de Mulheres Negras no Centro de João Pessoa/PB – 25/07 – Mês das Mulheres Negras – Manhã
Concentração no Mercado Central de João Pessoa – PB
24/7 – 14h30
Papo de Preta: Diálogos sobre a importância da transição capilar para o empoderamento da mulher negra crespa e cacheada
Balacochê Studio Afro Rua João Pessoa, 186 Miramar
25/07-4ª feira – 16h-22h
AYEYE DUDU – 20ª Edição do 25/07- Mulheres Negras na Paraíba.
Cirandeiras de Caiana e
Conferência com Cida Bento (CEERT-SP)
Usina Cultural Energisa – João Pessoa, 186
– Miramar)
27/07-6ª feira – Tarde
Intelectuais Negras Brasileiras
Solange Rocha – Atividade do GELENCG na UFCG
Universidade Federal de Campina Grande
27/07-6ª feira – 18h
Uyelê das Pretas
Granada Bar – Castelo Branco/JP-PB
28/07 – Sábado- 14h
Oficina e Roda de Conversa sobre Mulheres Negras, Democracia e Bem- viver/ Autocuidado
Sede da Cunhã – Coletivo Feminista
Fonte. paraiba.com