Anvisa diz que funcionário da Seleção Argentina falsificou declarações de saúde de jogadores argentinos

Um ofício encaminhado pela Anvisa à Polícia Federal confirma que um funcionário da Associação de Futebol Argentino (AFA) foi o responsável por falsificar as declarações de saúde dos quatro jogadores da seleção argentina. O quarteto descumpriu as regras sanitárias brasileiras e tentou burlar a quarentena obrigatória contra a Covid em setembro do ano passado, em São Paulo, dias antes do jogo entre Brasil e Argentina pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.

Por conta do episódio, a partida acabou sendo suspensa após funcionários da Anvisa impedirem Emiliano Martínez, Emiliano Buendia, Giovani Lo Celso e Cristian Romero de entrarem em campo minutos antes do apito inicial. A Conmebol ainda não definiu se uma nova data será marcada ou se alguém será declarado vencedor.

O documento, assinado por Elisa Boccia (veja mais abaixo), chefe do posto de vigilância sanitária do Aeroporto de Guarulhos, é peça-chave do inquérito que apura se os quatro atletas, além de funcionários da AFA, cometeram crime de falsidade ideológica. Os jogadores atuam em clubes ingleses e, antes de entrar no Brasil, teriam de fazer quarentena de 14 dias, como determinava a regra sanitária vigente à época. além de descumprir a exigência, os atletas omitiram terem vindo do Reino Unido.

A PF requisitou o endereço de IP responsável pelo preenchimento das declarações, mas a chefe da Anvisa explicou que o sistema da agência está hospedado num serviço de nuvem da Microsoft e que, para diminuir custos, o recurso que permitiria verificar essa informação foi desligado. Ainda assim, a Anvisa conseguiu chegar à identidade de Fernando Ariel Batista, funcionário da AFA, pelo código de acesso utilizado para preencher a declaração dos jogadores.

No documento encaminhado à PF, a Anvisa assinala ainda que não recebeu da Casa Civil da Presidência da República qualquer pedido de excepcionalidade no cumprimento das determinações sanitárias, o que chegou a ser dito por representantes da AFA na ocasião.

O próximo passo da investigação é ouvir o funcionário que preencheu as declarações de saúde dos jogadores. isso deve ser feito pela PF por meio de um pedido de cooperação jurídica internacional.

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