É normal que durante a gestação haja mudanças no corpo. E justamente por isso é importante ter alguns cuidados com a pele, como hidratá-la e reforçar a proteção solar. O ato de cuidar da pele durante a gravidez pode promover mais conforto e bem-estar às pessoas gestantes, trazendo autoestima em um período de muitas transformações.
“Para além das questões estéticas, manter rotinas de beleza durante a gestação também é um jeito de se gostar e de se aceitar. E o papel da autoestima nesse período de mudanças é muito importante”, comenta o médico ginecologista Marcelo Ponce, professor do curso de Medicina do Unipê.
Contudo, restam dúvidas: o que pessoa grávida pode e o que não pode fazer na rotina de beleza? Pensando nisso, o especialista elenca algumas atividades para deixar a rotina da gestação mais segura e confortável, como:
– Hidratação;
– Proteção solar;
– Higienização adequada;
– Cuidados com tratamentos.
Hidratação é fundamental
As regiões do abdômen e das mamas passam por um estiramento excessivo no período gestacional, ou seja, com o desenvolvimento do feto e o ganho de peso, o que pode ocasionar estrias na gravidez e flacidez após o nascimento.
Para prevenir essas consequências e reforçar a elasticidade e a firmeza da pele, é fundamental ter uma hidratação adequada. “Entre os ativos seguros para as gestantes, estão a manteiga de karité e os óleos vegetais, como o de amêndoas e o de girassol. Além de hidratar, eles conservam a barreira protetora da pele”, cita o ginecologista.
Proteção solar não pode faltar
Durante a gestação, as alterações hormonais acabam deixando a pele suscetível ao aparecimento de manchas, principalmente no rosto e em áreas mais expostas ao sol. Daí a importância de reforçar o uso do filtro solar, com fator de proteção 30, no mínimo.
“Além disso, a exposição solar direta deve ser evitada entre 10 e 16 horas, quando a radiação é maior. Também é importante o uso de bonés, chapéus e óculos de sol. Outra dica é dar preferência aos protetores com filtros físicos nesse período, pois barram a luz visível, responsável por causar manchas. Na composição, eles são descritos como dióxido de titânio e óxido de zinco”, comenta Marcelo.
Higienização da pele e cautela com os tratamentos
Mesmo quem nunca teve acne pode observar o aumento da oleosidade da pele na gravidez. Por isso, higienizar diariamente a pele ajuda a desobstruir os poros e a controlar a produção de secreção sebácea. Mas, Marcelo recomenda ter cuidado com os produtos que têm ácido em sua formulação.
“Portanto, o acompanhamento do dermatologista é fundamental para uma prescrição segura. De modo geral, ácidos, como o retinoico e o salicílico acima de 2%, não devem ser usados por gestantes. Tratamentos feitos com esses ativos devem ser suspensos durante a gestação, como é o caso de clareamentos, tratamentos preventivos de sinais e peeling. Além de aumentarem a sensibilidade da pele, que fica mais reativa no período gestacional, eles podem ser absorvidos e prejudicar o desenvolvimento do feto”, aponta o médico.
Ainda, existem outros ativos contraindicados durante a gestação. “Cosméticos que apresentam fórmulas com ureia acima de 3% e com cânfora não devem ser utilizados por pessoas grávidas. Presentes em cremes e hidratantes, a cânfora e a ureia podem atravessar a barreira da placenta e prejudicar o feto. Além disso, a ureia aumenta a absorção de outras substâncias pela pele”, sinaliza Marcelo.
– Limpeza de pele: com tantas alterações na gestação, a pele requer um cuidado maior e essa limpeza pode ser uma opção, mas sem esfoliantes com ácidos, calmantes ou secativos. Depois, reforce a proteção solar.
– Aplicações de toxina botulínica e preenchimentos com ácido hialurônico: por serem mais agressivos, esses procedimentos não devem ser feitos ao longo da gestação. Além da dor, podem desencadear reações alérgicas.
– Laser: o procedimento precisa ser deixado de lado na gravidez, pois aumenta as chances de aparecimento de manchas.
– Drenagem linfática manual: ela pode ser uma aliada para ativar a circulação sanguínea e diminuir o desconforto causado pelo inchaço nas pernas. No entanto, é importante evitar a região abdominal.
Portal Correio