Os sinais de insatisfação do presidente Jair Bolsonaro (PL) com o general Joaquim Silva e Luna, presidente da Petrobras, não ficam apenas nas declarações do fim de semana. Nos bastidores, Bolsonaro se mostra incomodado com a condução da empresa no que se refere à política de preços. Mesmo o general não sendo o responsável por essa política, criada durante o governo do ex-presidente Michel Temer, o chefe do Executivo acredita que a atuação de Silva e Luna pode ser mais incisiva perante a diretoria colegiada da estatal. Uma fonte disse ao Blog que falta sensibilidade para os que comandam a empresa, “a política de preços passa pela diretoria que pode ou não segurar os aumentos”.
Na semana passada a Petrobras anunciou aumento dos preços no mesmo dia em que o Congresso aprovou projeto que reduz os impostos sobre os combustíveis. O novo reajuste foi um reflexo da guerra na Ucrânia.
Entre os militares a avaliação é que não existe um problema pessoal na relação entre o presidente da República e o presidente da estatal. Outra fonte comentou: “O presidente sabe que ele [general Joaquim Luna e Silva], mesmo [sendo] presidente da Petrobras, não tem como interferir nos preços”.
Por enquanto o entendimento é que essas críticas de Bolsonaro não devem se transformar em demissão de Joaquim Silva e Luna. Mas não custa lembrar que o chefe do Executivo tem um estilo imprevisível.
No fim de semana, Jair Bolsonaro voltou a criticar a Petrobras e o presidente da estatal ao responder sobre a possibilidade de troca do comando da empresa. O presidente disse que “todo mundo pode ser trocado”.
Mas o chefe do Executivo disse também: “Ninguém falou em trocar, você perguntou se ele pode ser trocado, qualquer um pode ser trocado menos eu, logicamente, e o vice-presidente da República, que tem mandato”.
Portal Correio