Apesar da popularidade de serviços como o Netflix e o Spotify a pirataria continua como fonte importante no consumo de entretenimento. O Brasil está no topo do ranking entre os países que mais consomem este tipo de conteúdo ilegal, ocupando a quarta colocação. É o que conclui o Relatório Anual, divulgado esta semana pela Muso, uma empresa britânica especializada em análise de mercado.
A preferência mundial são os sites que distribuem conteudo pirateado por streaming, onde não é necessário fazer o download. Os programas de TV são os conteúdo mais pirateados, seguidos por músicas e cinema.
Foram identificados mais de 300 bilhões de acesso a sites destinados a disseminação de conteúdo pirata, um aumento de 1,6% em relação a 2016. Embora o sites de torrent e fóruns de download direto ainda tenham uma base considerável de usuários, o streaming é a opção mais popular para conseguir este tipo de material, com mais da metade das visitas (53%) – uma queda de 7% em relação ao ano passado.
Smartphone lidera
Um dado curioso é que pela primeira vez o smartphone superou o computador. Mais de 52% do acesso a conteúdo pirateado da TV foi realizado por meio de um celular. Para música, a diferença é ainda mais gritante, chegando a 87%. Apenas para cinema o desktop ainda é o favorito.
Música
O acesso a páginas de distribuição de música teve um aumento bastante significativo – 14,7% em relação a 2016. Por conta do fechamento de sites de pirataria famosos como o youtube-mp3.org, o segundo semestre registrou uma queda de 33,86% nas visitas em relação a primeira metade de 2017.
TV e Cinema
Visitas a sites de transmissão ilegal de conteúdo de TV, que inclui séries e programas de esporte, tiveram um aumento de 3,4%. De acordo com o relatório, isso contraria a ideia de que serviços de streaming como o Netflix ou o HBO GO possam reduzir o interesse por pirataria. Apenas a categoria de Cinema registrou queda, com menos 2,3% de acessos.
Número pode ser maior
O relatório da Muso mostra que a pirataria ainda cresce no mundo. Porém, o número pode ser ainda maior. Isso porque, a pesquisa leva em consideração apenas dados contabilizados na Internet, através de informações fornecidas por empresas de análise de tráfego como a SimilarWeb. Não são computados informações de media centers ou outros métodos offline. Em 2017, um outro relatório mostrou que tráfego de IPTV chega a ser superior ao registrado por torrents.
Os maiores consumidores de pirataria
O relatório também apontou os países que mais entram em sites de pirataria. Os Estados Unidos está na primeira colocação, seguido da Rúsia, Índia e Brasil. A China não aparece no top 10. O país asiático, com uma das maiores populações do mundo, está apenas na 14ª posição. Os números representam a quantidade acessos registrados.
Estados Unidos (27,9 bilhões)
Rússia (20,6 bilhões)
Índia (17 bilhões)
Brasil (12,7 bilhões)
Turquia ( 11,9 bilhões)
Japão (10,6 bilhões)
França (10,5 bilhões)
Indonésia (10,4 bilhões)
Alemanha (10,2 bilhões)
Reino Unido (9,0 bilhões)
Fonte: TecTudo