A operação da Polícia Federal que teve como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na manhã desta sexta-feira (18), em Brasília, provocou reações imediatas entre os aliados do ex-chefe do Executivo. Um dos mais fiéis apoiadores, o deputado federal Cabo Gilberto (PL), classificou as medidas impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como um “abuso de poder” e afirmou que o país vive um “estado de exceção”.
Estamos em estado de exceção no Brasil. Se o Senado não fizer o freio de arrumação, fazendo o impeachment do ministro ditador da toga Moraes, o Brasil entrará num estado de exceção que todos nós vamos pagar essa conta
As declarações foram dadas horas após a deflagração de nova fase da investigação conduzida pela PF, com autorização do STF no âmbito da PET n.º 14129. Bolsonaro foi alvo de um mandado de busca e apreensão e teve cerca de US$ 14 mil (R$ 78 mil) e R$ 8 mil em espécie apreendidos em sua residência, em Brasília.
Além das buscas, o ex-presidente teve uma série de medidas cautelares impostas, como o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno (das 19h às 7h, inclusive nos fins de semana) e proibição de usar redes sociais, manter contato com embaixadores ou diplomatas estrangeiros e de se aproximar de embaixadas. Ele também está impedido de se comunicar com os demais réus no processo, que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado.
A representação foi feita pela própria PF, com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR), sob as acusações de coação no curso do processo, obstrução da Justiça e atentado à soberania nacional.
Presidente do PL em João Pessoa e uma das principais vozes do bolsonarismo no Congresso, Cabo Gilberto acusou o Supremo de agir fora dos limites constitucionais.
É indiscutível que o Supremo, hoje, está abusando de sua competência e de seu poder
Apesar do tom inflamado em defesa de Bolsonaro, Cabo Gilberto se posicionou contra a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
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