Morreu hoje (7) o cantor Serguei, aos 85 anos. Ele estava internado no Hospital Regional do Médio Paraíba Doutora Zilda Arns Neumann, em Volta Redonda, no estado do Rio de Janeiro. Sofria de Alzheimer e foi transferido no mês passado de Saquarema, onde morava, para Volta Redonda. A causa da morte não foi divulgada.
Filho de um executivo da IBM e de uma dona de casa, Sergio Augusto Bustamente, Serguei, é considerado o roqueiro mais antigo do Brasil. Nascido em 8 de novembro de 1933, até pouco tempo ainda estava em atividade com a sua banda Pandemonioum, em shows pelo país.
Entre as façanhas contadas pelo artista, consta que assistiu ao lendário festival de rock em Woodstock, nos Estados Unidos, nos anos 1960; ciceroneou Janis Joplin em sua visita ao Brasil, e é considerado cantor oficial do grupo Hell’s Angels.
Serguei cresceu na Tijuca, na zona norte do Rio, mas na adolescência foi morar com a avó materna no Estados Unidos. Ganhou o apelido de Serguei na infância porque um amigo, que era russo, não conseguia pronunciar o seu nome correto.
De volta ao Brasil, tentou emprego como bancário e comissário de bordo, mas percebeu que sua vocação era a música. No seu currículo, estão apresentações nas edições do Rock in Rio II, em 1991, e III, em 2001.
Fixou residência em Saquarema, na Região dos Lagos, no estado do Rio, onde transformou a sua casa em um museu do rock.
Divino do rock
Serguei era o pseudônimo de Sérgio Augusto Bustamante, carioca nascido em 8 de novembro de 1933. Já gostava de rock desde o surgimento nos Estados Unidos, em meados dos anos 1950.
Em uma entrevista em 2007, contou como conheceu o ritmo. “Foi uma questão defeeling, de ouvir e pensar: “Que isso? Ah, que legal!’ Conheci Chuck Berry e seu rhythm and blues e a batida do rock ‘n roll, Little Richard e a sua beleza não só física, mas com charme e glamour, o que já não tem mais por aí. [A música] ‘Rock Around the Clock’ marcou muito a minha vida”, disse.
Na adolescência, Serguei morou em Nova York e, antes de seguir a carreira musical, trabalhou como comissário de bordo de empresas de aviação, e, de acordo com uma de suas biografias, foi demitido por insistir em cantar rock para os passageiros, no sistema de som das aeronaves. “Era um hippie de jet-set. Pensava: como é que eu vou viajar o mundo?”, dizia.
Em 1982, mudou-se para Saquarema, onde criou o Templo do Rock. Além de receber hóspedes, permitia que os visitantes acampassem no quintal. Costumava marcar presença nos encontros de motociclistas e festivais de música independente para incentivar os novos talentos.
Agência Brasil