A cantora Rita Lee morreu, aos 75 anos, vítima de complicações de um câncer no pulmão. A informação foi divulgada nas redes sociais oficiais da artista e do marido, Roberto de Carvalho, na manhã desta terça-feira (9).
“Comunicamos o falecimento de Rita Lee, em sua residência, em São Paulo, no fim da noite de ontem [segunda-feira, 8 de maio], cercada de todo o amor de sua família, como sempre desejou. Nesse momento de profunda tristeza, a família agradece o carinho e o amor de todos”, diz a nota.
O velório da rainha do rock brasileiro acontece nesta quarta (10), a partir das 10h, no Planetário do Parque Ibirapuera, e será aberto ao público. Fãs poderão se despedir da artista até as 17h.
O corpo de Rita Lee será cremado, de acordo com a vontade dela. A cerimônia será particular.
A trajetória de Rita Lee
Rita Lee nasceu no dia 31 de dezembro de 1947, na cidade de São Paulo. Conhecida como a rainha do rock brasileiro, a artista navegou entre diversos ritmos musicais, lançou 17 álbuns de estúdio, 7 com a banda Os Mutantes e ganhou duas vezes o Grammy Latino, sendo que o mais recente foi em 2022, quando foi homenageada com o Prêmio Excelência Musical da Academia Latina de Gravação, pelo conjunto de toda a obra dela.
Com ascendência norte-americana e italiana, Rita cresceu no bairro da Vila Mariana, zona sul de São Paulo. Ela se interessou por música ainda na adolescência, quando passa a integrar diferentes bandas, e chega ao estrelado junto do grupo Os Mutantes, formado por ela, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias.
A cantora se casou com o companheiro de banda Arnaldo e os dois ficaram juntos de 1968 a 1972. Com o fim do casamento, o grupo musical também chegou ao fim. Rita foi expulsa do conjunto pelo próprio ex-marido, em decorrência de divergências artísticas e de cunho pessoal.
Após o fim de Os Mutantes, Rita Lee forma a banda Tutti Frutti com Lúcia Turnbull, Luis Sérgio Carlini e Lee Marcucci. Em 1975, o conjunto lança o famoso álbum Fruto Proibido, com sucessos como Agora Só Falta Você, Ovelha Negra e outros.
Em 1976, a roqueira conheceu o músico Roberto de Carvalho, com quem inicia uma parceria amorosa e musical, que dura até a morte da artista.
Em agosto daquele ano, a cantora é presa pela ditadura militar durante a primeira gravidez, de Beto Lee. Ela foi detida sob acusações de porte de maconha, foi condenada e precisou cumprir um ano de prisão domiciliar.
A banda Tutti Frutti chega ao fim após o lançamento do álbum Babilônia, de 1978, considerado o último álbum de rock de Rita. A partir de 1979, a cantora e Roberto de Carvalho passam a se apresentar juntos. Dessa parceria, surge o disco Rita Lee, com grandes sucessos, como a música Mania de Você. Esse é o começo de uma parceria de sucesso que continuou em voga até a morte da artista.
O último álbum de estúdio de Rita Lee, Reza, foi lançado em 2012. O último show da carreira da roqueira foi realizada em janeiro daquele ano, em Aracaju. A cantora foi detida na noite da última apresentação, acusada de cometer desacato policial e apologia às drogas.
Após a despedida dos palcos, Rita lançou apenas mais uma música inédita, em 2021. Change foi uma colaboração com Roberto de Carvalho e Gui Boratto.
Nos últimos anos de vida, a cantora levou uma vida discreta e longe dos holofotes. Ela se dedicou a escrita de livros, como a autobiografia lançada em 2016, o livro de contos Dropz e a obra infantil Amiga Ursa – Uma história triste, mas com final feliz. Além da música, a artista também fez participações em filmes e programas de televisão e foi apresentadora do Saia Justa.
Rita Lee deixa o marido, Roberto de Carvalho, e três filhos, Beto Lee, Antônio Lee e João Lee, todos do casamento com o músico.
Portal Correio