A chuva de meteoros Lyrids ou Líridas poderá ser vista na madrugada desta sexta (22) para o sábado (23) em todo o Brasil. Segundo o Observatório Nacional, as regiões Norte e Nordeste terão uma visão privilegiada.
A chuva de meteoros pode ser vista porque todos os anos, no fim do mês de abril, a Terra passa pelo rastro empoeirado do Cometa Tatcher (C/1861 G1).
Desde o dia 15 até o dia 29 deste mês, o planeta está passando pela região do espaço onde estão os detritos do cometa. Mas a melhor data para observação é nesta noite, do dia 22 para 23 de abril, quando há o pico da atividade da chuva de meteoros. Neste dia, será possível visualizar até 18 meteoros por hora, em condições ideais de visualização.
Porém, neste ano, a Lua com cerca de 67% de iluminação pode atrapalhar a visibilidade dos meteoros menos brilhantes desta chuva, informou o astrônomo Marcelo de Cicco, coordenador do EXOSS, projeto brasileiro de pesquisas de meteoros com colaboração do ON
O melhor horário para observação é a partir de 1h (Horário de Brasília), quando estará em uma boa altura em relação ao horizonte.
Para observar a chuva de meteoros Lyrids é preciso estar em local de baixa poluição luminosa e olhar na direção norte.
“Para facilitar essa orientação indicamos que o observador direcione seu braço direito para o local onde o sol nasce (o leste) e o braço esquerdo para o local onde o sol se põe (o oeste), assim ele estará de frente para o norte”, disse o observatório nacional.
O que são meteoros e chuva de meteoros?
Os meteoros são pequenos corpos celestes que se deslocam no espaço e entram na atmosfera da Terra, queimando parcial ou totalmente devido à ablação com a atmosfera terrestre e ao contato com moléculas de oxigênio. Esse fenômeno deixa um risco luminoso no céu, que é popularmente chamado de “estrela cadente”.
Uma chuva de meteoros ocorre quando vários meteoros passam pelo céu noturno partindo aparentemente de um mesmo ponto: o radiante. No caso das Líridas o radiante está na constelação da Lira.
A importância das chuvas de meteoros
De acordo com Marcelo de Cicco, o estudo das chuvas de meteoros permite estimar a quantidade e período de maior penetração de detritos e restos vindo dos fluxos de meteoroides que nosso planeta periodicamente atravessa.
“Dessa forma, as missões espaciais e centros de controle de satélites podem melhor elaborar meios de proteção de suas naves e equipamentos nas proximidades da Terra-Lua e em órbita”, disse.
Outro ponto a considerar, segundo ele, está relacionado ao estudo da formação de nosso Sistema Solar, pois através da pesquisa das propriedades dinâmicas e físicas dos detritos podemos aferir características de seus corpos genitores, os cometas, em maior escala e também de restos do solo lunar, de Marte, devido a impactos antigos que lançaram detritos no espaço, e também de NEOS que apresentam atividade. NEOS são objetos em órbita próximos da Terra.
Portal Correio