Na Copa do Mundo não há muito tempo para lamentar. A virada sofrida para a Austrália no fim da semana passada teve que ficar para o passado a toque de caixa. E os últimos quatro dias foram muito além dos treinamentos. As atletas mais experientes voltaram a chamar a responsabilidade. Marta, sempre com seu cavaquinho, buscou manter o ambiente mais leve. A comissão e as jogadoras da seleção brasileira sabem do peso do jogo desta terça-feira contra a Itália, duelo que encerra a fase de classificação.
Essa já é a Copa do Mundo feminina mais assistida de todos os tempos. É um divisor de águas histórico, sob o ponto de vista do profissionalismo e também da forma como a própria Fifa e boa parte da opinião pública mundial enxergam a modalidade. Por isso, a permanência da seleção brasileira por mais tempo se torna ainda mais importante.
E as meninas entenderam isso. Internamente, as atletas estão confiantes e não cogitam uma despedida precoce justamente neste momento simbólico. Assim como no início do Mundial, as mais experientes chamaram a responsabilidade.
– Quero vencer sempre, independente da situação. Acredito que a equipe está pronta para isso e vai em busca da vitória – disse Marta, na véspera do jogo.
Pela última rodada da fase de grupos, o Brasil enfrenta a Itália, às 16h, de Brasília. O empate garante a vaga nas oitavas de final. Mas a classificação pode vir até mesmo com derrota.
Uma despedida melhor para Formiga
Uma entorse no tornozelo esquerdo fez com que Formiga deixasse o último jogo, contra as australianas, no intervalo. As dores eram tão fortes que a atleta precisou de injeções ainda no vestiário para amenizar. Apesar da boa recuperação, ela cumpre sua suspensão e não poderá jogar contra a Itália.
Se o Brasil não conseguir a vaga, a despedida de Formiga terá sido marcada pela substituição de semana passada.
Andressinha é a substituta
Para o lugar da jogadora de 41 anos, Vadão não fez mistério. Andressinha foi confirmada pelo treinador na coletiva e será o “segundo elemento do meio-campo”, ao lado de Thaisa.
– É difícil substituir a Formiga. Ela tem uma leitura de jogo que poucas no mundo têm. Sabe o momento de antecipar, afastar, empurrar a equipe na marcação. Tem comando, liderança e leitura realmente impressionantes. As mais jovens ficam impressionadas com a capacidade dela. Vai fazer falta indiscutivelmente, mas estamos confiantes em cima disso. É uma substituição obrigatória, esperamos que não seja sentida e que ela esteja no próximo jogo – opinou Vadão.
Italianas tem início surpreendente, mas pregam muito respeito ao Brasil
A Itália não disputava uma Copa do Mundo há impressionantes 20 anos. Com uma mudança estrutural profunda no futebol feminino do país, chegaram de forma surpreendente ao Mundial da França, venceram os dois primeiros jogos e já estão classificadas de forma antecipada para as oitavas de final. Apesar do momento melhor, elas mantêm respeito pela tradição brasileira.
Um dos destaques do time e atual capitã, Sara Gama foi além. Disse que enfrentar o Brasil em uma Copa faz parte do ”imaginário” dela e de suas companheiras. E enalteceu a visibilidade que esse confronto traz.
– Esse é um jogo importante para o imaginário coletivo do time italiano. É importante porque nos dará visibilidade em muitos aspectos. Estamos contentes que este duelo esteja sendo visto com tanta importância – disse a atleta Italiana.
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