Comerciantes do Mercado Público do Bessa, que vem sendo reformado pela Prefeitura de João Pessoa, continuam reclamando da falta de estrutura do local, que segue com banheiros precários, problemas no teto e boxes fechados por falta de uso. A demora no término da obra também é alvo de reclamação.
De acordo com a prefeitura, a obra, que recebeu investimento de R$ 461 mil, vem promovendo a reforma de 21 boxes, a parte de alvenaria da praça de alimentação e lanchonete, a estrutura da caixa d’água, assim como o posto policial e a fachada do mercado.
Porém, grande parte dessas melhorias citadas foi alvo de reclamações. Segundo um comerciante, toda a estrutura de alumínio que faz o suporte do teto está enferrujada. Além disso, existe um impasse quanto à pintura no local.
“Faz seis meses já dessa situação e não tivemos solução. A prefeitura trouxe cal para pintar o mercado. Não deixamos e tivemos que comprar do nosso bolso a tinta. Quem já viu um mercado público ser pintado de cal? Isso não existe. Nem todos os boxes possuem água, principalmente os de carnes, e os banheiros estão com muitos problemas e tem a estrutura de ferro do teto que está enferrujada e não sabemos se pode causar um acidente”, disse um comerciante que não quis se identificar.
Outro ponto de reclamação é a não utilização de boxes. A alegação de um dos comerciantes é de que diversos boxes ficam a maior parte do dia fechados, sem utilização comercial e apenas ocupando o espaço de alguém que poderia usar o local para trabalhar.
Sedurb rebate reclamações sobre mercado
O secretário de Desenvolvimento Urbano de João Pessoa (Sedurb), Zennedy Bezerra, rebateu as denúncias e explicou que tudo foi feito em acordo entre prefeitura e comerciantes.
“O ponto principal dessa etapa da reforma é o galpão dos feirantes. Foi feita essa demarcação e iremos acomodar esses vendedores de frutas e verduras no galpão. Os comerciantes dos boxes não são permissionários, são donatários, donos dos boxes. Sobre a pintura, a prefeitura tem a responsabilidade de zelo e manutenção, mas ali eles são donos do espaço. Houve um acordo entre prefeitura e eles no sentido de que nós daríamos a mão de obra e eles, as tintas. Pode ser que alguém tenha ficado insatisfeito e não queria gastar com nada em um local que é de sua propriedade, mas houve um acordo e a maioria decidiu”, disse o secretário.
Sobre a questão dos boxes vazios, o secretário alegou que por ser um espaço de donatários, a prefeitura não tem poder para tomar o local e destiná-lo a outra pessoa. Já sobre o problema da água, Zennedy afirmou que a questão deve ser resolvida entre os comerciantes e a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba, mas que a Sedurb poderia intermediar uma solução.
“Lá funciona como se fosse um condomínio com medidor de água comum a todos. Se um deles não cumpre com a obrigação e não paga a parte do valor de água consumido, a Cagepa corta a água. Propomos a eles que solicitassem à Cagepa para instalar relógios individuais e que nós ajudaríamos nisso, mas não recebi resposta”, contou o secretário.
Ainda conforme Zennedy, a primeira etapa de reforma do mercado terminará assim que a pintura do local for concluída, o que deve ocorrer na próxima semana.
Portal Correio