Sem a presença de um representante da Prefeitura de João Pessoa, apesar de convite recebido da Assembleia Legislativa, foi realizada na manhã desta quarta-feira audiência pública para debater o problema da erosão da falésia do Cabo Branco, por sugestão do deputado Ricardo Barbosa em parceria com o deputado Wilson Filho. Os deputados decidiram formar uma comissão multipartidária para ações concretas em favor da falésia.
A intenção da audiência foi dar um grito de alerta em relação à situação da área do ponto extremo-oriental das Américas, reunindo políticos, técnicos e autoridades ligadas ao meio ambiente. “A Prefeitura de João Pessoa já perdeu recursos federais destinados à realização de serviços na barreira, inclusive verbas destinadas pelo ex-senador Wilson Santiago e pelo então deputado federal Wilson Filho. Levando em consideração que fora autorizado em dezembro de 2018 o empenho, pelo Ministério da Integração, no valor de 65 milhões de reais para execução de obras do projeto de contenção da barreira e, até a presente data, o Município não realizou nenhuma intervenção efetiva no local, devemos intensificar as diligências e providências efetivas e cobrar da edilidade para que aja, tempestivamente, evitando o aumento da erosão”, destacou Barbosa, que também é presidente da Frente Parlamentar de Proteção do Conjunto de Falésias do Cabo Branco à Ponta do Seixas.
Já o deputado Wilson Filho disse que recursos assegurados não faltaram. “O que falta é vontade e responsabilidade. Estados vizinhos sonhariam em ter em seu território o ponto mais oriental das Américas. A Paraíba está em livros de geografia do mundo todo. Mas, a cada dia, esse ponto é ameaçado, a situação está cada dia pior por falta de gestão eficiente da Prefeitura”.
O vereador Léo Bezerra (PSB), que participou representando a Câmara Municipal, disse que é muito difícil dialogar com a gestão municipal.
Para o vereador Bruno Farias, a prefeitura é a maior responsável pelas soluções sugeridas para conter o processo de erosão. “De que adianta ir ao ministério, solicitar recursos, se não houver ação da prefeitura? Temos que formar outra comissão com deputados e vereadores e conversar com o próprio prefeito”, propôs.
O deputado Branco Mendes disse que todas as manhãs vai à falésia com um grupo de caminhantes e se entristece com o avanço da erosão. “Temos que juntar forças, independentemente de cor partidária”, sugeriu, em consonância com o pronunciamento de Barbosa. O deputado Eduardo Carneiro também reforçou a necessidade de esforços conjuntos, assim como os deputados Bosco Carneiro e Dra. Paula.
Perigo iminentewa
Já Belarmino Barbosa, engenheiro PHD em Minas, se dispôs a dar sua contribuição técnica, inclusive com projetos que ele já elaborou para a área. Em 2009, lembrou o deputado Ricardo Barbosa, a projeção feita por estudiosos das Universidades Federais da Paraíba e Pernambuco afirmava que, em cerca de 20 anos, a Paraíba poderia perder o título de ponto mais oriental das Américas por conta da destruição causada pela erosão nas Falésias onde estão localizados o Farol e a Ponta do Seixas, caso nenhuma medida de contenção seja tomada para tentar desacelerar esse processo natural.
“O tema não é recente, mas as preocupações e os problemas perduram no tempo sem serem tomadas as devidas providências. A Prefeitura de João Pessoa, há tempos, apresentou um plano de ação que ao longo do tempo se mostrou lento, ineficaz e inexequível. Anunciaram estudos milionários, investimento de 5 milhões de reais em obras de drenagem, implantação de gabiões a partir do mês de abril de 2019, mas, para nossa tristeza, nada foi feito”, apontou, lembrando que o governador João Azevedo demonstra grande preocupação com o desmoronamento da barreira e já prometeu lutar pela sua revitalização”.
Assessoria