A alimentação saudável é aquela que contém os nutrientes que fornecem energia para as funções vitais e ainda promovem reparação e manutenção do organismo. O Dia Mundial da Alimentação, comemorado em 16 de outubro, tem o objetivo de desenvolver uma reflexão a respeito do quadro atual da nutrição mundial e do acesso aos alimentos.
A gastroenterologista Maria de Fátima Duques, médica cooperada da Unimed João Pessoa, explica o que é necessário para se alimentar de maneira saudável e aponta os desafios que a sociedade precisa enfrentar para levar uma boa alimentação a todos. “São indispensáveis no cardápio as proteínas, carboidratos e gorduras. Assim como vitaminas, minerais e água também são fundamentais”, elenca.
Já no topo da lista do que deve ser evitado estão os ultraprocessados, bebidas açucaradas, como sucos de caixa e refrigerantes; salgadinhos, sobretudo os industrializados; carnes processadas, como salsicha, bacon e hambúrgueres industrializados; chocolates com baixo teor de cacau; comida instantânea, entre outros. “As gorduras saturadas e frituras também fazem parte do arsenal que é prejudicial ao nosso organismo. Assim como os transgênicos, que trazem riscos potenciais para a saúde e o meio ambiente. Não à toa a obesidade vem aumentando”, destaca.
Maria de Fátima, que também é presidente da Sociedade de Gastroenterologia da Paraíba e professora do Departamento de Nutrição da UFPB, explica que é necessário conscientizar quem tem poder aquisitivo para adquirir alimentos saudáveis e também a não se deixar cair na sedução das propagandas e publicidade maciças envolvendo produtos alimentares.
Por outro lado, a médica explica que a dificuldade financeira também é um problema que deve ser considerado. “Falta-lhes dinheiro para comprar alimentos proteicos, já que os carboidratos simples são mais baratos”. Segundo Maria de Fátima, a carência nutricional pode ser de dois tipos. A global é a desnutrição energético-proteica, e a específica, caracterizada, por exemplo, pela anemia por carência de ferro ou deficiência de vitamina D. “Quanto mais intensa e prolongada a deficiência nutricional, mais problemas clínicos são detectados. Há várias causas para a desnutrição, mas a questão socioeconômica sobrepõe-se, geralmente”, aponta a médica.
Um dos principais objetivos do Dia Mundial da Alimentação – que remete à criação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) – é liderar os esforços para combater a fome no planeta.
Para ela, são necessárias estratégias governamentais corretas de segurança alimentar com políticas públicas que contemplem esse lado essencial da vida dos brasileiros. “Não precisamos ser um país de desnutridos nem de obesos. A informação sobre o que se deve comer é essencial, mas a possibilidade de adquirir alimentos não pode ser esquecida”, ressalta.
Maria de Fátima lembra que o Brasil conseguiu, há alguns anos, sair do Mapa da Fome, parâmetro que é utilizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para avaliar países e apoiar a promoção do direito humano à alimentação adequada e saudável. “Infelizmente nos tempos correntes, a insegurança alimentar atinge mais da metade dos lares brasileiros, mostrando que não há acesso regular e permanente a alimentos”, arrematou.
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