Drone reabastece caça da Marinha dos EUA durante voo pela 1ª vez

Pela primeira vez, um caça usado pela Marinha dos Estados Unidos foi reabastecido em pleno ar por uma aeronave não tripulada -veículo popularmente chamado de drone.

O teste aconteceu na última sexta-feira (4), mas só foi divulgado pelo Pentágono na segunda (7). Participaram da ação um caça F/A-18 Super Hornet, que tinha um piloto e um copiloto, e o drone MQ-25 T1, criado pela Boeing para as Forças Armadas americanas.

As duas aeronaves decolaram de um aeroporto da cidade de Mascoutah, no estado de Illinois. Primeiro, com ambos voando a uma velocidade que a Marinha classificou de relevante, o MQ-25 soltou a mangueira de conexão até ela ser acoplada no F/A-18, que estava a uma distância de apenas seis metros — a ideia era apenas verificar se o sistema funcionava e, por isso, nenhum combustível foi transferido.

“Os pilotos queriam ver quão estável era voar tão próximo do drone. Eles queriam observar oficialmente, com seus próprios olhos, o comportamento do depósito de combustível e da cesta [de reabastecimento]”, afirmou o diretor da Boeing responsável pelo projeto, Dave Bujold, de acordo com o site DefenseNews.

Como o teste deu certo, as aeronaves repetiram pouco depois a operação, dessa vez a uma altura de 3.050 metros de altitude. Depois que a mangueira foi conectada novamente, o drone então transferiu cerca de 130 quilos de combustível para o caça.

A ação foi repetida ainda mais uma vez, dessa vez a 4.900 metros do chão, com a transferência de 11 quilos de combustível. Durante toda a operação, os dois militares a bordo do caça estavam em contato por rádio com o responsável por controlar o drone da terra.

A ação durou cerca de 4h30, sendo que os dois aviões ficaram conectados por dez minutos. Segundo o Pentágono, o uso do drone vai permitir que os F/A-18 atualmente utilizados para abastecimento fiquem liberados para outras funções.

Os testes, porém, ainda devem seguir por um tempo antes que o uso da aeronave não-tripulada seja liberado em missões militares -o que só deve acontecer em 2024. Até o final do ano, o Pentágono planeja fazer uma série de novos testes, incluindo um no qual o MQ-25 e o caça a ser reabastecido decolem e retornem de um porta-aviões.

FOLHAPRESS