Além de movimentar a economia, a produção do queijo em Soledade é também discutida nas salas de aula. Alunos do 1º ao 9º ano da rede municipal de ensino prepararam cordéis voltados para a cultura gastronômica de Soledade e usaram a literatura de rimas e estrofes para falar de uma das maiores riquezas da cidade.

O material foi criado para a Semana da Cultura, que aconteceu no mês de setembro, marcando o aniversário de 137 anos do município, e foi distribuído durante o IIº Festival de Queijo, que aconteceu na última semana. O projeto foi coordenado pelos professores, que dividiram as produções conforme as turmas. Enquanto alguns optaram por desenvolver os textos a partir de autores consagrados, outros decidiram criar seus próprios cordéis.

Teve ‘cuscuz em prosa e verso’, histórias da tradição, receitas típicas e culinária local explorada nas estrofes. A abordagem não foi casual, nem apenas parte de uma aula de literatura. Conforme a coordenadora municipal do Programa Busca Ativa Escolar, Maria José Bezerra, a metodologia foi uma forma de aguçar o sentimentos de pertencimento dos estudantes, que puderam conhecer mais do contexto em que estão inseridos e suas potencialidades.

“Isso reforça os laços identitários, permitindo que eles se reconheçam enquanto herdeiros de uma tradição secular e ao mesmo tempo se tornem guardiões e propagadores de toda essa riqueza”, explicou.

A produção dos textos voltados para a realidade local também trabalhou habilidades fundamentais para crianças e adolescentes, como o crescimento pessoal, profissional e para a cidadania. Pontos como criatividade, relações interpessoais, capacidade de confrontar, analisar, comparar, criticar, entre outras também foram exercitados na atividade.

Empreendedorismo – O trabalho ainda faz parte de uma estratégia da Prefeitura para despertar o lado empreendedor dos estudantes. Ao conhecerem ainda mais a cultura gastronômica e a tradição do município no segmento, os envolvidos passam a ter ideias inovadoras, propostas de administração e um olhar diferenciado para o campo. O que, segundo o prefeito Geraldo Moura Ramos, estimula a ver a produção dos derivados do leite como uma oportunidade de emprego e renda, despertando a nova geração para as possibilidades de futuro da cidade.