Em 2020, um dos maiores processos seletivos do país, o Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem) sofrerá mudanças no formato de aplicação. Na última quarta-feira (3), o Ministério da Educação (MEC) anunciou o projeto piloto do Enem Digital. A proposta é que, no ato da inscrição, os candidatos possam escolher se farão a prova virtual ou não. No entanto, a falta de acesso à tecnologia pode dificultar que essa novidade seja colocada em prática.
Levantamento da Sinopse Estatística do Enem 2018 mostrou que sete em cada dez pessoas que se inscreveram no exame no ano passado informaram não ter acesso à internet em casa. Dos mais de 5,5 milhões de inscritos no Enem 2018, 3,2 milhões disseram ter um ou mais computadores e os outros 2,3 milhões afirmaram não ter nenhum equipamento na residência.
Em contrapartida aos dados da pesquisa, para o Enem Digital, o MEC promete que a empresa que for contratada para a aplicação do exame é quem será responsável por toda a infraestrutura tecnológica, incluindo os locais de prova, fiscais de sala e os computadores. Com isso, não será necessário a existência de um computador em casa para a realização da prova.
Camila Amorim, de 17 anos, pretende cursar Odontologia e já realizou a sua inscrição para o Enem 2019. Ciente das mudanças propostas com o Enem Digital, a estudante acha vantajoso realizar a prova através do computador, mas faz algumas ressalvas. “É necessário entender primeiro de que forma vai ser esse Enem Digital”. Camila se enquadra na estatística de jovens que possuem computador em casa e acredita que quem não tem, pode sair em desvantagem. “O uso da tecnologia influencia nos estudos e, de uma forma geral, na aprendizagem”, pontua.
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