Após avaliar 11 132 grávidas, cientistas de várias instituições, entre elas a Universidade de Genebra, na Suíça, viram que 36,3% das voluntárias perderam o controle alimentar nessa fase. Assim, ganharam uma média de 3,7 quilos a mais do que as mulheres sem o apetite exagerado.
Fora que tiveram déficit de nutrientes e deram à luz bebês mais pesados. “O pensamento de que a grávida precisa comer por dois não faz sentido”, avisa a nutricionista Eveline Duarte, do Rio de Janeiro.
Segundo ela, o ganho de peso excessivo prejudica a mãe e repercute negativamente na saúde da criança ao longo da vida, já que o funcionamento do organismo é moldado desde o útero.
Na pesquisa, não à toa os filhos das grávidas comilonas eram duas vezes mais propensos à obesidade aos 15 anos.
Os perigos do excesso de peso para a mãe
Déficit nutricional: Quando há descontrole à mesa, dificilmente a qualidade da dieta é boa.
Hipertensão: Gestantes obesas são mais suscetíveis à pré-eclâmpsia, a pressão alta na gravidez.
Trombose: A obesidade facilita a formação de trombos que atrapalham a circulação.
O bebê também sofre quando o ponteiro da balança dispara
Baixo peso ao nascer: Uma mãe com deficiência de nutrientes pode gerar uma criança franzina.
Peso muito elevado: Já o diabetes gestacional leva ao nascimento de bebês grandes.
Prematuridade: Filhos de mulheres obesas são mais vulneráveis ao nascimento prematuro.
Obesidade no futuro: A memória metabólica favorece o ganho de peso, elevando o risco de doenças.
Nove meses na rota certa
A ginecologista e obstetra Mariana Simões, de Campinas (SP), acha essencial o acompanhamento com nutricionista e o incentivo à prática de atividades físicas para driblar a comilança e o acúmulo de quilos extras na gestação.
Mas ela lembra que as grávidas não devem ir para o outro extremo. “Lutar contra o ganho normal de peso também traz prejuízos à saúde“, alerta.
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