Dirigentes da Associações de Cronistas Esportivos, do Sindicato de Jornalistas da Paraíba e da Federação Nacional de Jornalistas se uniram em defesa dos profissionais agredidos por dirigentes do Botafogo-PB. O episódio aconteceu nesse sábado (18), logo após o confronto entre Belo e Sousa, no Estádio Almeidão, em João Pessoa. Botafogo-PB e Sousa disputam uma das semifinais do Campeonato Paraibano. O jogo de ida terminou 1 a 0 para time da Capital.
Após o duelo, houve tumulto nas cabines de imprensa. O conselheiro do Botafogo-PB, Breno Morais, e o vice-presidente do clube, Afonso Guedes, são acusados de agredir verbalmente e tentar intimidar o repórter Fabio Hermano, o comentarista Pedro Alves e o locutor Elialdo Silva.
Em nota conjunta, o Sindicato dos Jornalistas da Paraíba e a Federação Nacional de Jornalistas lamentaram o caso e exaltaram a necessidade de preservação da liberdade de expressão.
“Ainda mais absurdo é que os ataques aconteceram na área reservada à imprensa no Almeidão. Antes de ser um problema profissional, o comportamento dos dirigentes do Botafogo reflete o total despreparo pessoal dos indivíduos que deveriam zelar pela imagem do clube e não expô-lo à mercê de seus destemperos. Além disso, é básico reconhecer que a liberdade de expressão é assegurada aos profissionais de imprensa que tem evidentes direitos de manifestarem suas opiniões”, diz o texto.
A Associação Paraibana dos Cronistas Esportivos (APBCE) destacou que o ataque contra jornalistas representam um ataque às leis, uma vez que um dos agressores, Breno Morais, foi banido do esporte pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
“A APBCE acredita que casos como esse representam um ataque frontal às leis, visto que um dos agressores foi banido do esporte pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva e continua promovendo transgressões em praças esportivas. Considera ainda que o episódio é a publicização da vontade dos autores de calar a criticidade e o jornalismo sério, fundamental para levar ao torcedor uma informação de qualidade”, afirma a entidade.
A Associação Paraibana de Imprensa (API) cobrou providências do Botafogo-PB em relação ao caso. “A API reforça seu compromisso com a liberdade de imprensa, lamenta que episódios como esse ainda aconteçam, cobra uma postura de respeito do Botafogo-PB, seus dirigentes e funcionários aos cronistas esportivos da Paraíba, e repudia qualquer forma de intimidação ao trabalho dos profissionais de imprensa”.
A Associação Cronistas Esportivos Paraíba (ACEP-PB) pediu a apuração dos fatos e punição dos agressores. “A diretoria da ACEP-PB espera atitude diligente das autoridades competentes quanto a apuração dos fatos ocorridos, como forma de apontar e punir exemplarmente os culpados. Em tempo, a entidade classista ratifica apoio incondicional aos jornalistas/radialistas do segmento esportivo no exercício de mister, ao tempo em que presta solidariedade aos profissionais vítimas do destempero do citado empresário que, de forma crescente, vem atacando a imprensa esportiva paraibana”, diz a entidade, em nota.
O que diz o Botafogo-PB
Em nota, a diretoria executiva do Botafogo-PB classificou o episódio como “desentendimento” e disse que houve “trocas mútuas de agressões verbais” entre Breno Morais, Afonso Guedes e os profissionais de imprensa.
O clube divulgou, ainda, que disponibilizará uma comissão de três conselheiros, além do presidente, para debater com setores da imprensa uma convivência mais harmoniosa, com objetivo de engrandecer o futebol local.
“A instituição deixa claro que respeita a liberdade de imprensa e entende a importância do trabalho deste segmento para a divulgação do clube”, sustentou a diretoria executiva do Botafogo-PB.
Portal Correio