Ex-presidente, Temer defende construção de candidatura da terceira via à Presidência

O ex-presidente da República, Michel Temer (MDB), defendeu, nesse sábado (9), uma candidatura única de candidatos da chamada terceira via para as eleições deste ano. No evento organizado por estudantes brasileiros em Boston, nos Estados Unidos, o ex-chefe do Executivo disse que é preciso dar ao eleitor a oportunidade de escolha.

“Na verdade, a história da chamada polarização envolve hoje uma discussão muito grande no Brasil na tentativa de encontrar aquilo que se rotula como uma ‘ultravia’ ou terceira via. E eu tenho dito, com relativa frequência, que a existência de mais uma via não é uma homenagem ao candidato, é uma homenagem ao eleitorado”, declara Temer.

“O eleitorado por eventualmente achar que um dos polos deve ser eleito e muito bem se eleitor for, ele assume o mandato e cumpre o mandato. Mas ele deve ter também a possibilidade de não pretender e não querer nenhum dos polos e tem direito a ter uma outra opção. Daí porque a ideia de mais uma via seria importante para o eleitorado brasileiro”, continua.

Em nota conjunta, os partidos União Brasil, MDB, PSDB e Cidadania concordaram em anunciar no dia 18 de maio um único “candidato de consenso”. “No próximo dia 14/04, quinta-feira, o União Brasil confirmará o nome do Partido para apreciação desse conjunto de forças políticas. O candidato(a) de consenso será anunciado(a) no dia 18/05, quarta-feira em Brasília”, informaram as siglas.

Temer indicou ainda que o diálogo entre pessoas que estiveram em lados opostos no passado não é inútil para o país, desde que seja benéfico para a população. A fala foi feita em relação à aliança entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), que devem compor uma chapa ao Palácio do Planalto.

“Acho que para o ex-presidente Lula foi muito boa a aliança com Geraldo Alckmin. Eu não sei se foi bom para o Alckmin. Porque vão estourar, como já estão estourando, outros embates eleitorais que já tiveram com palavras, digamos assim, bastante agressivas em relação aos candidatos, um para o outro. Agora, a democracia também envolve essa possibilidade de aliança entre pessoas que em dado momento estiveram em campos opostos”, afirma.

“Eu não critico isso porque seria negar politicamente, a questão fica controvertida, eu não tenho a menor dúvida disso. Juridicamente, não há violação daquilo que chamamos no artigo 1º de Estado Democrático de Direito. Então, muitas vezes o diálogo entre aqueles que foram contrários no passado não é inútil para o país, se der bom resultado para o povo.”

O ex-governador paulista foi indicado oficialmente pelo PSB na última sexta-feira (8) como pré-candidato à vice-Presidência da República. Para o presidente entre 2016 e 2019, Alckmin “é uma figura preciosa” e se for igual a ele, “acho que o Lula vai ter uma grande vantagem.”