Falta de prestação de contas da atual diretoria esquenta clima no Botafogo-PB

A falta de prestação de contas da atual diretoria do Botafogo-PB está fazendo o clima entre a situação e a oposição do clube esquentar mais uma vez.

Na última sexta-feira (05), esse clima ocasionou um pedido de afastamento do presidente Sérgio Meira, que foi entregue pelo conselheiro Alexandre Almeida, filho de Breno Morais, ex-dirigente do Belo e o principal opositor de Sérgio.

Entretanto, o presidente do conselho deliberativo, Luciano Wanderley, afirmou que irá indeferir o pedido de afastamento, em uma decisão monocrática.

O conselheiro Alexandre Almeida se baseou na Lei Pelé (Lei Federal 9.615/1998) e no estatuto do time. A atual diretoria tinha até o dia 30 de abril para prestar contas das movimentações financeiras de 2019 inerentes ao futebol profissional. O balancete, inclusive, deve ser publicado no site oficial da equipe, o que ainda não aconteceu.

Como consequência, o Botafogo-PB pode deixar de receber receitas públicas, como a Timemania, principal fonte de renda em patrocínio do clube. O decreto Nº 6.187, assinada pelo então presidente Lula, no dia 14 de agosto de 2007, diz que as equipes que não prestarem contas até o último dia do mês de abril podem ter os recursos da loteria ligada ao futebol bloqueados.

Além desse problema, o Voz da Torcida apurou que a prestação de contas trimestral, prevista no Art. 68 do estatuto, também não foi apresentada ao conselho fiscal. Ainda conforme o regimente do clube, o conselho deliberativo pode afastar preventivamente o presidente do executivo no caso da não prestação de contas.

O presidente Sérgio Meira alega que a demora para a apresentação dos balancetes foi devido a pandemia do novo coronavírus. Ele prometeu entregar até a próxima sexta-feira (12).

— O atraso se deu por demora na finalização do contador. Tínhamos o prazo até o dia 30 de abril. Porém, devido a pandemia, houve este atraso. Está prometido o encerramento até a próxima sexta-feira — garantiu Sérgio.

Tudo isso culminou na fala de Breno Morais ao programa Microfone Aberto, da Rádio Tabajara, na última segunda-feira (08). O ex-dirigente, que está banido do futebol pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), acusou o presidente do Belo de ter feito “um show pirotécnico” na apresentação de contas feita pela diretoria no fim do ano passado.

— Até hoje essa bendita prestação de contas não foi apresentada. Inclusive foi, né. Um show pirotécnico que teve na Maravilha do Contorno no dia 30 de dezembro, que dizem que apresentaram as contas do clube no ano de 2019. É tudo mentira. Porque se tivesse pronta lá para o dia 30 de dezembro, porque não foi apresentava, votada e feito o parecer do conselho fiscal até hoje? — indagou o ex-cartola.

Em contato com a reportagem, Sérgio Meira disse que o evento realizado na Maravilha do Contorno no fim de 2019 não se tratava de um prestação de contas oficial e sim um debate com a torcida. Ele garantiu ainda que, após o período de isolamento social, irá reunir a torcida e a imprensa no terraço do Belo para apresentação dos balancetes.

— Quem estava lá viu e ficou bem claro que não foi uma prestação de contas oficial. Foi um bate papo com torcedores e imprensa. Quem foi, gostou. Vou fazer a mesma coisa quando acabar o isolamento. Vou chamar torcida e imprensa no terraço do Belo — declarou o mandatário.

Breno Morais, pelo menos por enquanto, não pode participar das eleições do Belo, que acontecerá em outubro deste ano, graças a punição do STJD. O mesmo aconteceria com Sérgio Meira caso o presidente fosse afastado pelo conselho deliberativo, o que não deve acontecer. Apesar disso, o atual mandatário ainda não confirma presença no pleito de outubro.

Voz da Torcida