Finanças regenerativas, a alternativa para criar impacto no mundo

Grande parte da população do planeta Terra enfrenta enormes problemas para continuar subsistindo. São guerras, fome, desnutrição, desmatamento, falta de água, pobreza. Não por acaso, a Organização das Nações Unidas reuniu, em 2012, todos esses entraves à sobrevivência nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável a serem atingidos até 2030. É um apelo para que organizações, empresas e pessoas façam sua parte.

Olhando para o mundo neste momento, praticamente no final de 2022, parece quase impossível acreditar que esses objetivos serão alcançados até a data estipulada pela ONU.

Como erradicar a pobreza, promover a agricultura e a industrialização sustentáveis, reduzir as desigualdades, fomentar a inovação, combater as mudanças climáticas? E o que dizer do crescimento econômico inclusivo, a educação de qualidade, as oportunidades de aprendizagem, saúde e bem-estar para todos? Como disponibilizar água limpa e saneamento, conservar e usar de forma responsável a água e os ecossistemas terrestres, combatendo e revertendo a degradação da terra?

Não são tarefas simples, mas não urgentes. Demandam união, esforço global concentrado e, mais que isso, mudança de cultura em nível mundial.

Gosto de dizer que nem tudo está perdido e que, sim, existem formas de se atingir os Objetivos da Agenda 2030 da ONU. Dinheiro para isso existe. Ele só precisa ser melhor utilizado, direcionado para o que realmente importa. Está na hora de deixarmos de apenas acumular o dinheiro, mas de fazê-lo circular com propósito. É um recurso que pode se transformar em investimento social em benefício de todos e de tudo.

Com essa visão, nasceram as finanças regenerativas, um modelo recente, resultado da convergência de dois fatores. O primeiro deles é o movimento dos millenials, que acreditam que doar apenas não resolve e, a partir disso, começaram a impulsionar o conceito ESG. O segundo, surgido em 2020, são as finanças descentralizadas – contratos inteligentes na blockchain que permitem eliminar intermediários, tornando mais impessoal e sem discriminação o acesso a serviços financeiros. É um ambiente permissionless, mas com regras. É impessoal porque não há ninguém para aprovar ou não um empréstimo, mas é democrático e descentralizado.

Finanças regenerativas se traduzem na busca de uma nova maneira de usar o dinheiro para regenerar o planeta. Regenerar é fundamental para garantir maior equidade no mundo, é pagar a conta do que nossos antepassados fizeram e deixaram de fazer, é o caminho natural a ser seguido daqui para frente.

Até pouco tempo atrás, o comum eram as doações e as grandes fortunas nunca deixaram de fazer isso, embora jamais tenham reparado os danos causados. Os millenials incorporaram o conceito ESG (meio ambiente, social e governança, na sigla em inglês) para promover a neutralização, mas, novamente, não para recuperar o que se degradou.

Acreditamos que a hora é de regenerar o planeta, como alerta a ONU nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. As finanças descentralizadas e regenerativas podem ajudar aqueles que estão dispostos a colocar seu capital em favor da sociedade. Antes que seja tarde demais!

olhardigital