O foguete russo Angara A5, que teve uma falha após seu lançamento em 27 de dezembro, está prestes a cair na Terra. Ou, no jargão aeroespacial, fazer uma “reentrada descontrolada”, que segundo estimativas deve ocorrer na tarde desta quarta-feira (5).
Apesar de ter sido revelada originalmente em 27 de dezembro de 1991, um dia depois da oficialização da queda da União Soviética, até hoje a família Angara só foi lançada três vezes, contando com a mais recente. Por isso vem sendo tratada como uma “nova” série de veículos de transporte espacial.
O lançamento do dia 27 de dezembro marcou o aniversário de três décadas da linha, uma ocasião aproveitada pelo governo russo para promover o terceiro lançamento. Assim, o foguete Angara-A5 subiu aos céus com uma carga falsa para testes, recebendo todos os louros e congratulações da agência espacial russa Roscosmos e do Ministério da Defesa do país.
As celebrações, contudo, duraram pouco: sua trajetória original o levaria a uma região conhecida como “cemitério orbital”, uma área da órbita da Terra onde satélites, sondas e outras naves são direcionadas para “morrer”.
Antes de chegar ao destino, porém, ocorreu uma falha catastrófica do propulsor de seu primeiro estágio, que disparou por apenas dois segundos antes de se desligar por completo e deixar o foguete sem propulsão nenhuma. Com isso, ele ficou em uma orbita tão baixa que o atrito com a atmosfera reduz significativamente sua velocidade, o que o fará cair.
Segundo as previsões mais recentes, a reentrada deve ocorrer às 17h17 (horário de Brasília) sobre o Mar Cáspio, entre a Europa e a Ásia. Anteriormente ela estava prevista para as 14h44 desta quarta-feira (5) sobre o litoral sul da Austrália.
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A boa notícia é que essa reentrada deve destruir a maior parte do foguete. Entretanto, Jonathan McDowell, astrofísico no Museu Harvard-Smithsonian, disse que, devido ao peso do veículo espacial (algo em torno de quatro toneladas), pedaços dele podem atingir a nossa superfície. Geralmente o que sobrevive são as partes reforçadas, como os tanques de combustível.
Não é a primeira vez que um foguete “descontrolado” gera preocupação. Em maio deste ano, um foguete chinês Longa Marcha 5B causou dias de tensão e muita especulação, até finalmente cair no Oceano Índico.
Olhar Digital