Um fóssil de pterossauro resgatado pela Polícia Federal em 2013 na cidade de Santos, no litoral de São Paulo, é o réptil voador mais bem conservado de sua espécie já encontrado no Brasil. O fóssil pertence a um pterossauro da espécie Tupandactylus navigans, um réptil voador da família dos tapejarídeos, que viveu entre 145 e 66 milhões de anos atrás, durante o período cretáceo.
Este pterossauro tinha uma enorme crista no topo da cabeça, que representava a maior parte da altura do animal. Além disso, o Tupandactylus navigans tinha um enorme bico de queratina, assim como as aves modernas. O fóssil foi interceptado pela Polícia Federal junto com mais 3 mil peças. Acredita-se que ele seria contrabandeado para Estados Unidos ou Europa para alguma coleção particular.
Os fósseis de pterossauros são relativamente comuns no Brasil, porém, geralmente, apenas os crânios desses répteis são encontrados, o que dificulta bastante os estudos sobre os animais desse grupo. Porém, o fóssil encontrado há oito anos durante a ação policial está bem completo, com mais de 90% do esqueleto e partes do tecido mole da crista e do bico conservados.
O fóssil está em uma grande pedra, que foi dividida em seis pedaços menores que se encaixam perfeitamente. Acredita-se que as pedras foram cortadas para serem vendidas para a construção civil. Segundo um estudo publicado na revista científica digital Plos One, o pterossauro tinha mais de 2,5 metros de uma asa a outra e cerca de um metro de altura.
Voava mal
Com essas medidas, os pesquisadores acreditam que o Tupandactylus navigans não fazia grandes viagens e passava a maior parte de seus dias em terra firme. Porém, o esqueleto apresenta características que dão a entender que o animal possuía a capacidade de decolar rapidamente, uma habilidade que seria usada para fugir de predadores.
Pelas características do bico, os pesquisadores acreditam que o animal não era carnívoro e se alimentava de sementes, vegetais e frutos mais duros. As próximas etapas dos estudos do fóssil vão determinar se o indivíduo era macho ou fêmea. O achado está exposto no Museu de Geociência da Universidade de São Paulo (USP), no bairro do Butantã, na zona oeste da capital paulista.
Via: El País Brasil