Halsey faz show que mistura explosão e suavidade em São Paulo

Até mesmo quem não é tão ligado em cultura pop já deve ter ouvido a voz da cantora Halsey em alguma ocasião. Nas rádios, em comerciais de TV, trilhas sonoras, premiações, sites de streaming. Muito disso por conta do mega hit Closer, da dupla The Chainsmokers, que conta com os vocais da norte-americana.

Halsey já tinha lançado um EP, em 2014, e um muito bem sucedido álbum em 2015, mas foi Closer, só em 2016, que a alçou a um patamar de estrelato mundial. A música tocou incessantemente, rendendo fama, prêmios, e também um punhado de “haters” para o trio. Só para você ter uma ideia, no Youtube a canção foi reproduzida mais de 2 bilhões de vezes.

Nesta quarta-feira (6), Halsey se apresentou em São Paulo, no Espaço das Américas, com a sua Hopeless Fountain Kingdom Tour, e falou com muito humor e sinceridade sobre o tanto que Closer foi repetida por aí.

— Essa foi minha primeira música popular de verdade, que tocou nas rádios… e era tão irritante. Tocava em todos os lugares. Eu entrava em um restaurante, estava tocando, eu ouvia alguém falando: “Odeio essa música”. E eu ficava meio tipo: “É… eu também” [risos]. Essa música provavelmente tocou no casamento de alguém, em um primeiro encontro, até quando um bebê voltava pra casa da maternidade, o que significa que Closer pode ter sido a primeira música que alguém ouviu. E eu sinto muito [risos].

Depois de cantar uma belíssima versão acústica do sucesso eletrônico, Halsey disse que, apesar da brincadeira, ficava feliz por saber que foi escolhida para fazer parte da trilha sonora da vida de várias pessoas.

Com uma produção simples, contando apenas com uma banda, fumaça, uma escada/arquibancada, e uma dançarina, o show é “segurado” completamente pela atitude marcante de Halsey no palco. Cheia de sensualidade, nos movimentos e na voz com toque rouco, ela passeia pelo palco e domina o espaço.

A estrela é realmente daquelas que captam a atenção, seja você fã ou não. Halsey quase hipnotiza com a mistura de suavidade e explosão em seus vocais, o que se torna ainda mais evidente com a setlist que inclui baladas dramáticas como Sorry e canções energéticas como Castle, tirada da trilha do filme O Caçador e a Rainha de Gelo.

O show teve espaço até para músicas do EP de Halsey, o Room 93, menos conhecido do grande público. As escolhidas foram a poderosa Hurricane e Is There Somewhere. Do primeiro CD, o Badlands, Roman Holiday e Hold Me Down estavam na lista. Do mais recente álbum, que dá nome para a turnê, ela não esqueceu de Bad at Love e Now or Never que, segundo a própria, ganhou certificado de platina no Brasil. Ainda tivemos Him & I, música que é uma parceria entre Halsey e seu namorado, o rapper G-Eazy.
Um dos momentos mais comemorados foi a parceria ao vivo com Lauren Jauregui (leia sobre o show de abertura abaixo). As duas sensualizaram no palco ao som de Strangers, que já é considerado um novo hino LGBT para muita gente. Fãs levantaram diversas bandeiras de arco-íris durante a música.

Do começo ao fim da apresentação, Halsey mostra que é mesmo uma verdadeira estrela pop. Canta bem, tem uma voz memorável, compõe, é cheia de atitude, impressiona ao vivo e ainda é muito bonita. Pacote completo. Sem falar que rende algumas polêmicas de vez em quando, outro prato cheio no mundo das celebridades.

Mas o que importa aqui é a música, e nisso a americana se garante perfeitamente.

Abertura de Lauren Jauregui

O grupo Fifth Harmony teve pouco tempo de vida, mas se mostrou um fenômeno com shows lotados no mundo todo. O fim começou a ser anunciado quando uma das integrantes resolveu seguir carreira solo… e se deu muito bem nessa escolha.

Camila Cabello está colhendo os frutos de seu primeiro CD solo, sem as outras quatro ex-colegas. E que frutos, viu? Entre os exemplos ela alcançou o primeiro lugar das paradas norte-americanas, coisa que o grupo não tinha conseguido, e ainda se tornou a artista feminina com a música mais ouvida na plataforma de streaming Spotify, os dois feitos com o hit Havana.

Depois disso, claro, muita gente se perguntava se as outras meninas conseguiriam bombar sozinhas e qual delas seguiria o caminho de sucesso trilhado por Camila. Mesmo que ainda não tenha um CD para chamar de seu, dá para dizer que Lauren Jauregui pode facilmente acompanhar a amiga.

Responsável pela abertura de parte da turnê de Halsey, Lauren cantou em São Paulo e provou que também pode muito bem estar no centro do palco. Ela é, sem dúvida, a ex-integrante do Fifth Harmony com a voz mais agradável. Assim como Halsey, Lauren tem uma certa rouquidão que é um charme só. E impressiona com potência e afinação.

A única infelicidade para quem é muito fã da morena e foi curtir sua apresentação é que o set foi bem curto. Por outro lado, ela surpreendeu ao mostrar três canções inéditas, que devem estar em seu álbum de estreia, uma delas chamada Toy. As outras devem ser chamadas Inside e Expectations.

Lauren arrasou com covers de Imagine, do John Lennon, que valorizou seu vozeirão, e Ojos Así, de Shakira, para mostrar seu lado mais dançante. Ela ainda fez uma versão diferente de All Night, parceria com o DJ Steve Aoki.

Talento não falta. Agora é dar oficialmente o ‘start’ nessa promissora carreira solo.

 

R7