A clonagem de voz com inteligência artificial (IA) causa preocupação, mas a tecnologia também pode ajudar pessoas afetadas por tumores e derrames. Foi o caso de uma jovem americana que perdeu a voz após remover um grande tumor na parte posterior do cérebro.
Alexis Bogan, 21 anos, não conseguiu recuperar a fala mesmo após meses de reabilitação. Tudo mudou em abril, quando um clone de voz gerado com tecnologia da OpenAI a permitiu conversar novamente.
Como funciona o clone da voz feito por IA?
- A nova voz gerada por IA surgiu de um registro de 15 segundos de um vídeo produzido pela adolescente quando estava na escola.
- Ela digita algumas palavras ou frases em seu telefone e o aplicativo lê instantaneamente em voz alta.
- A voz clonada pode dizer tudo o que ela quiser.
- Segundo o Euronews, Bogan é uma das primeiras pessoas que conseguiu recriar uma voz perdida usando o novo Voice Engine da OpenAI.
Projeto começou no início de 2024
Segundo os médicos que cuidam do caso, a empresa entrou em contato no início de 2024 em busca por aplicações promissoras para o seu novo gerador de voz de IA. Alexis foi a escolhida como paciente piloto e teve que encontrar uma gravação adequada de sua voz para “treinar” o sistema de IA. Os médicos alimentaram o sistema com apenas um clipe de 15 segundos.
Em abril, um aplicativo especial foi instalado no telefone da jovem para se comunicar. Lexi diz que recuperou a confiança e usa o app cerca de 40 vezes por dia para fazer compras e falar com as crianças da pré-escola, onde trabalha como professora auxiliar: “Mesmo que eu não tenha minha voz totalmente recuperada, tenho algo que me ajuda a encontrar minha voz novamente”, disse Bogan em entrevista ao Euronews.
Os especialistas já começaram a clonar vozes de outros pacientes e esperam levar a tecnologia a hospitais em todo o mundo. A OpenAI, por sua vez, disse que está agindo com cautela na expansão do uso do Voice Engine, que ainda não está disponível publicamente: “Queremos ter certeza de que não será usado em contextos políticos. Por isso, adotamos uma abordagem muito limitada quanto a quem fornecemos a tecnologia”, diz a empresa.
Outras empresas também estão testando tecnologias similares para auxiliar pessoas com problemas e perda de fala. Milhões de pessoas que enfrentam condições debilitantes, como câncer de garganta ou doenças neurodegenerativas poderiam se beneficiar da novidade.
Olhar Digital