A Estação Espacial Internacional (ISS) foi obrigada a realizar uma manobra de desvio para não bater em destroços de um foguete na terça-feira (22). Acredita-se que os restos de carcaça sejam de um equipamento japonês lançado ao espaço em 2018 e que teve sua estrutura desintegrada em 77 partes no começo do ano passado. É a terceira vez neste ano que um desvio desta natureza é necessário.
De acordo com a Nasa, para que a manobra fosse possível, a ISS teve que ser impulsionada para cima por uma cápsula russa, a Progress, que ajudou a acionar os propulsores da estação. Toda atividade ocorreu rapidamente, sendo dois minutos o suficiente para evitar a colisão. O desvio foi monitorado por salas de controle da Rússia e EUA.
Durante o processo, a tripulação da ISS, composta por dois russos e um americano, teve que ficar confinada temporariamente na espaçonave Soyuz. O simples ato poderia ser de grande ajuda se uma evacuação urgente fosse necessária.
Vale destacar que por se deslocar a pelo menos 27,5 mil km/h, mesmo um objeto pequeno e leve poderia prejudicar de forma gravosa a ISS. A destruição de um painel solar ou outro componente da estação, por exemplo, poderia colocar em perigo a sua estrutura, bem como toda a tripulação.Manobras de desvios
Apesar de ser a terceira vez neste ano que a ISS passa por uma manobra de desvio, nos últimos anos esta ação se tornou mais frequente. Entre 1999 e 2018, a espaçonave realizou evasões e saiu de sua órbita 25 vezes. “A ISS manobrou três vezes em 2020 para evitar escombros. Nas últimas duas semanas, houve três conjunções potenciais de alto risco. Os escombros estão piorando!”, disse o chefe da Nasa, Jim Bridenstine, em sua conta oficial no Twitter, sobre o aumento destas manobras.
Considerando mísseis antissatélite lançados pela Índia em 2019, ou pela China, em 2007, torna-se fácil entender a razão de mais desvios estarem sendo necessários, visto o aumento de lixo espacial em órbita.
A terceira ação deste tipo em 2020 fez com que Nasa apelasse ao Congresso dos EUA por mais recursos financeiros. O chefe da agência espacial, Jim Bridenstine, pediu ao órgão americano US$ 15 milhões para o Escritório de Comércio Espacial. O serviço civil quer cuidar melhor da vigilância de objetos espaciais e ter mais controle sob a coordenação de advertências aos operadores de satélites privados em caso de possibilidade de colisões. O pedido considerou que hoje este alerta é realizado por uma unidade militar.
Fonte: Uol/Nasa