A principal avenida de Mangabeira, a Josefa Taveira, é atualmente uma via comercial que nunca para, que está sempre em movimento e que pessoas de toda João Pessoa passam diariamente. Mas, você sabe quem foi a mulher que dá nome à avenida? Trata-se de uma mulher de origem humilde e popular, uma das poucas que saiu do povo para ser nominada oficialmente pelo Poder Público municipal.

As ruas da capital paraibana, em geral, são batizadas com nomes de políticos, reis e princesas, presidentes, desportistas famosos, autoridades que foram importantes no passado. De forma que é inusitado o fato de uma das principais avenidas da cidade ser batizada por um nome que vem das classes populares, pouco conhecida pela população em geral hoje em dia, mas que teve papel de destaque na própria formação do bairro de Mangabeira.

O Jornal da Paraíba foi em busca de saber quem foi Josefa Taveira por causa do Circuito Comunidade, que a Rede Paraíba realiza neste sábado (6) e que vai levar serviços de saúde, música e diversão para os moradores do bairro.

Quem foi Josefa Taveira?

Pois, segundo a pesquisadora e historiadora Cinthia Raquel, Josefa Taveira foi uma liderança comunitária que trabalhou ou morou nas proximidades da antiga Colônia Agrícola de Mangabeira, que à época ficava no bairro. Cinthia explica que são poucos os documentos que existem sobre ela, o que comprova a sua origem popular.

“Apesar de ser uma ilustre desconhecida, ela dá nome hoje a uma avenida de suma importância dentro da cidade de João Pessoa”, descreve a pesquisadora.

A pesquisadora destaca que diariamente Josefa fazia um caminho a pé que passava pela Colônia, seja para visitar parentes dela, seja para visitar sertanejos que viajavam do interior do estado para a capital para visitar pessoas próximas. Foi nessas andanças que ela teria se descoberto como líder, que ajudava aqueles que mais precisavam.

“Mangabeira à época ainda era uma fazenda, um lugar que ninguém queria ficar. Só que esses sertanejos viam nessa localidade uma oportunidade e eles acabavam ficando para tentar fazer uma vida em João Pessoa. E mesmo sendo um loocal não habitado, distante de tudo naquela época, Joseja ajudava essas pessoas a se fixar, a plantar, a colher”, prossegue.

De toda forma, Cinthia explica que não existem documentos públicos sobre a mulher. E que as informações que existem são fruto de uma pesquisa de história oral. Isso, a propósito, ainda de acordo com a pesquisadora, só ressalta a origem popular da mulher. E que, mais do que isso, o nome da rua foi fruto dos anseios do povo.

“Isso indica que a escolha do nome não deve ter sido do poder público, mas da população. Era uma mulher simples, era uma mulher do povo, era uma mulher que abriu portas para as pessoas mais humildes. E possivelmente essas pessoas viram em Josefa uma inspiração. Por isso possivelmente acabaram dando o nome dela a essa avenida principal. Isso meio que pegou, ficou, foi acatado pelo poder público”, pondera.

No fim de tudo, Cinthia Raquel comenta que nem mesmo os restos mortais de Josefa Taveira são conhecidos. “Não se sabe onde estão os restos mortais dela”, resume.

Sobre a avenida que dá nome à mulher, ela poetiza: “Está aí, sem parar, como possivelmente ela nunca parou”.

Jornal da Paraíba