Lula recebe presidente e primeiro-ministro de Portugal em Brasília nesta terça-feira

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe nesta terça-feira (18), em Brasília (DF), o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro português, Luís Montenegro. As autoridades europeias cumprem agenda oficial na capital federal até quarta (19). Entre os eventos previstos, está a 14ª Cimeira Brasil-Portugal, que reúne líderes dos dois países para discussões bilaterais. O termo, em Portugal, é usado para descrever cúpulas e conferências.

Os políticos também serão recebidos pelos presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Parte do trânsito na Esplanada dos Ministérios, na área central de Brasília, será interrompido para a chegada dos líderes europeus. A recepção está prevista para 11h.

A delegação portuguesa será formada por cerca de 10 ministros. “A ideia é que eles tenham reuniões com seus homólogos brasileiros para discutir diferentes áreas de cooperação. Deve haver, também, assinatura de atos”, explicou o diretor do Departamento de Europa do MRE (Ministério das Relações Exteriores), Flávio Célio Goldman, em coletiva de imprensa, na última sexta (14).

O embaixador explicou que Portugal é a favor da reforma do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), tema amplamente defendido por Lula. O país europeu participou do G20 no ano passado a convite do Brasil, que presidiu o evento.

“Portugal é um firme apoiador da pretensão brasileira de um assento permanente no Conselho de Segurança. Compartilhamos também valores importantes, como defesa da democracia, direitos humanos, promoção do desenvolvimento sustentável”, afirmou Goldman. Atualmente, os membros permanentes do Conselho de Segurança são Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido e China.

Programação

O presidente português chegou ao Brasil nessa segunda (17) e recebeu, no Recife (PE), o título de doutor honoris causa pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). Nesta terça, ele e Montenegro reúnem-se com Lula e os chefes dos demais Poderes para um jantar no Palácio do Itamaraty. Antes, de tarde, Sousa e Montenegro serão recebidos por Hugo Motta e Davi Alcolumbre. Também está previsto um encontro com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso.

No início da noite, os líderes portugueses participarão ainda da cerimônia de entrega do Prêmio Camões, de 2024, a poetisa Adélia Prado. A honraria é considerada a principal em língua portuguesa. Adélia é poetisa, romancista, contista, filósofa e professora brasileira, natural de Divinópolis, Minas Gerais.

Na quarta (19), ocorrerá a cimeira, quando devem ser discutidos temas como segurança, comércio, saúde, defesa, justiça, ciência, meio ambiente e cultura.

“Ela [cimeira] é uma instância importante de cooperação entre Brasil e Portugal, de diálogo político. É precedida de uma série de reuniões temáticas, de subcomissões dedicadas aos principais temas da cooperação e da relação bilateral. Um número expressivo de acordos deve ser assinado, cobrindo várias áreas importantes”, detalhou Goldman.

Lula em Portugal

Em abril de 2023, o brasileiro foi a Portugal em visita oficial. À época, em encontro com Marcelo Rebelo de Sousa, o petista defendeu a ampliação do número de membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. Em discurso, Lula criticou a atual formação do grupo.

“Eles são os membros do conselho e eles decidem a guerra sem ao menos consultar o conselho. Foram os Estados Unidos contra o Iraque, a Rússia contra a Ucrânia, a França e a Inglaterra contra a Líbia; ou seja, eles mesmos desrespeitam as decisões do Conselho de Segurança, e por isso precisamos tentar mudar”, declarou Lula.

Na visita, Lula discursou no Parlamento de Portugal, sob protestos de deputados da direita portuguesa. A fala do petista foi interrompida algumas vezes.

“Quem acredita em soluções militares para os problemas atuais luta contra os ventos da História. Nenhuma solução de qualquer conflito, nacional ou internacional, será duradoura se não for baseada no diálogo e na negociação política”, destacou, na ocasião.

Portal Correio