O Ministério da Saúde confirmou, nesta quinta-feira (25), duas mortes pela febre oropouche na Bahia. Segundo a pasta, “não havia relato na literatura científica mundial sobre a ocorrência de óbito pela doença” até o momento. As vítimas são duas mulheres, com menos de 30 anos de idade, sem comorbidades, informou o órgão. Ainda de acordo com a nota, elas tiveram sinais e sintomas parecidos com um quadro de dengue grave.
Um óbito semelhante segue em investigação em Santa Catarina. Já no Maranhão, a febre oropouche foi descartada como causa de óbito averiguado pela vigilância do estado. Só neste ano, o Brasil registrou 7,2 mil casos da doença em pelo menos 20 estados. Segundo o Ministério da Saúde, a maior parte deles ocorreu na região Norte, especialmente Amazonas e Rondônia.
Saúde investiga transmissão entre grávidas e bebês
A pasta também investiga seis possíveis casos de transmissão entre mães e filhos, chamada de transmissão vertical, da febre oropouche. Os casos foram em Pernambuco (3), Bahia (1) e Acre (2).
“Dois casos evoluíram para óbito fetal, houve um aborto espontâneo e três casos apresentaram anomalias congênitas, como a microcefalia. As análises estão sendo feitas pelas secretarias estaduais de saúde e especialistas, com o acompanhamento do Ministério da Saúde, para concluir se há relação entre a febre do oropouche e casos de malformação ou abortamento”, diz a nota.
Doença é transmitida por mosquitos, especialmente o mosquito-pólvora
Assim como dengue, zika e chikungunya, a febre oropouche é uma arbovirose. Isso significa que é uma infecção viral transmitida por mosquitos. Entretanto, ela não é propagada pelo Aedes aegypti. Os vetores mais comuns no Brasil são os mosquitos conhecidos como “maruim” ou “mosquito-pólvora”. O principal sintoma é uma febre aguda que pode evoluir, em alguns casos, para meningite e outras inflamações.
Desde 2023, o Ministério da Saúde ampliou a detecção da doença para todo o país, a partir da rede nacional de Lacen (Laboratórios Centrais de Saúde Pública). A pasta orienta que “todos os casos suspeitos e/ou com diagnóstico laboratorial de infecção pelo OROV devem ser investigados, visando descrever as características clínicas e epidemiológicas, bem como identificar as espécies de vetor envolvidas na transmissão”.
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