O Hubble pode ser o mais famoso dos fotógrafos telescópios espaciais, mas ele certamente não é o único responsável por capturar imagens deslumbrantes do cosmos. Prova disso são as imagens que a NASA divulgou recentemente – que são de cair o queixo e foram registradas pelo Spitzer, equipamento que está com os dias contados e deve ser “aposentado” em 2020. Confira uma amostrinha:
Segundo a NASA, na imagem acima, as estruturas em tons esverdeados representam nebulosas, entre elas a Cefeu C, à esquerda da foto, e Cefeu B, no canto superior direito, assim como estrelas que se encontram espalhadas por essa região do espaço.
Também é possível identificar o aglomerado de estrelas a partir do qual a nebulosa da esquerda parece se originar, e os 2 pontos luminosos que podem ser vistos no canto inferior direito formam uma nebulosa jovem. E você consegue ver uma espécie de arco avermelhado um pouco acima desses pontos? Ele consiste na onda de choque criada pela estrela azulada que existe ali. Viu?
Fim próximo
Lançado em meados de 2003, o Spitzer foi projetado para observar o cosmos no espectro do infravermelho e tinha como missão identificar corpos celestes e estruturas cósmicas distantes da Terra por meio de suas emissões de radiação – tarefa que o telescópio espacial cumpriu direitinho. Aliás, o equipamento superou todas as expectativas, uma vez que os cientistas estimaram que ele sobreviveria apenas 2,5 anos, sem falar que em 2009 o Sptizer ficou sem o hélio líquido que garantia que a sua temperatura permanecesse próxima ao zero absoluto.
Essa questão da temperatura era vital para o bom funcionamento do Spitzer, pois a radiação infravermelha é emitida pelos objetos mais frios do cosmos, como seria o caso de exoplanetas distantes, nuvens cósmicas, estrelas de pequenas dimensões e pouco brilhantes e objetos do tipo. Sendo assim, para poder registrar informações desses corpos, a temperatura do telescópio precisaria ser controlada para não interferir nas observações, e a falta do hélio líquido acabou por inutilizar 2 dos 3 instrumentos que realizavam as leituras.
Ainda assim, o telescópio continua com sua tarefa de observar objetos distantes e permitir que, através de suas imagens, os cientistas possam descobrir mais informações sobre a evolução do Universo. A imagem a seguir mostra a observação da mesma região do espaço que a foto que você viu antes, mas realizada pelo equipamento a bordo do Spitzer que continua funcionando:
Você deve ter notado que existem menos estruturas visíveis e detalhes, mas, nem por isso a imagem deixa de ser fascinante. A NASA tentou encontrar uma empresa privada interessada em assumir o projeto e manter o telescópio em funcionamento. No entanto, como ninguém se interessou, infelizmente, a agência espacial decidiu que, no final de janeiro do ano que vem, deve finalizar as atividades do Spitzer e encerrar sua missão. Uma pena, né? Veja mais detalhes sobre as observações abaixo:
TERRA