O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, na noite desta segunda-feira (5), que Edmundo González “ainda nem tomou posse” e, por isso, não vai comentar o fato de o oposicionista de Nicolás Maduro ter se autoproclamado presidente da Venezuela. Até o momento, o Brasil não reconheceu a vitória de Maduro, tampouco endossou suspeita de fraude nas eleições do país vizinho.
“O cara ainda nem tomou posse e vocês já querem que eu fale”, disse Lula quando questionado sobre o episódio venezuelano. O brasileiro cumpre agenda, nesta terça-feira (6), em Santiago, capital do Chile. Na ocasião, o petista vai se reunir com a prefeita Irací Hassler e vai participar da cerimônia de lançamento da pedra fundamental do Centro Espacial Nacional.
Na noite da última segunda-feira (5), Lula voltou a cobrar transparência das eleições da Venezuela. “Nossos ideais convergem na defesa intransigente da democracia. Também expus as iniciativas que tenho empreendido com presidentes Gustavo Petro [da Colômbia] e López Obrador [do México] em relação ao processo político na Venezuela. O respeito pela soberania popular é o que nos move a defender a transparência dos resultados. O compromisso com a paz é o que nos leva a conclamar as partes ao diálogo e promover o entendimento entre governo e oposição”, disse.
O pleito no país ocorreu no domingo da semana passada (28) e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi proclamado vencedor no dia seguinte pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral), órgão venezuelano responsável pelo pleito. O resultado é contestado por parte da comunidade internacional e pela oposição venezuelana. O episódio mais recente foi a declaração de vitória de González.
Desde então, o governo brasileiro tem afirmado que só vai se posicionar sobre a reeleição de Maduro quando houver a publicação de todas as informações das urnas, presentes nas atas de votação — o que ainda não foi feito pelas autoridades venezuelanas. Por enquanto, o Brasil não aceita nem refuta a reeleição de Maduro, e tampouco endossa a suspeita de fraude.
Recentemente, os governos do Brasil, México e Colômbia emitiram um comunicado conjunto sobre as eleições venezuelanas. No texto, os países citam “controvérsias sobre o processo eleitoral” e pedem aos agentes venezuelanos “cautela” para evitar o agravamento da situação no país. O documento pede, ainda, a publicação dos dados eleitorais completos das atas de votação. “O princípio fundamental da soberania popular deve ser respeitado mediante a verificação imparcial dos resultados”, destacam os países.
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