Jô Soares contou curiosidades de sua vida e carreira no “Programa do Porchat” de quinta-feira (29). Entre os fatos inusitados, a idade em que exagerou na bebida pela primeira vez e passou mal.
“O porre da minha vida foi quando tinha 9 anos. Meu pai ia me levar pra casa, a escola me deixou no Jockey Club. Fiquei no bar esperando papai, quando ele chegou, falei: ‘quero experimentar champanhe’. Ele disse ‘ah, é?’ e me deu duas taças. Fiquei num porre, vomitei a noite toda. Daí em diante nunca tive atração. Tomo uísque, vodca, mas não para ficar bêbado”, relata.
Casado por três vezes ao longo da vida – com as atrizes Teresa Austregésilo e Silvia Bandeira e a publicitária Flávia Junqueira — ele afirma ter aproveitado bem a vida entre uma união e outra.
“Fui casado com a Sylvia, de repente fiquei dois anos avulso, aí saía cada dia com uma pessoa e não tinha como lembrar dos nomes. Então, na minha agenda, estava tudo na letra M de ‘moças’. De repente 400 nomes ali, uns 300”.
De humorista a entrevistador
O período no SBT, onde migrou para ter seu talk show após décadas de humor na Globo, não foi esquecido. “Devo muito ao Silvio Santos, ele me permitiu criar um programa que não existia. Tinha total liberdade. Quando você faz um programa de entrevistas, e isso o Silvio entendeu de cara, não pode ter vínculo com a opinião do dono da empresa ou com a postura da empresa”, ensina.
“Se você começar a se censurar, de uma certa forma é uma autocensura. Tem que fazer e correr o risco de falar algo que desagrade a pessoa. Tinha o tema, a gente ia embora. Eu não me preparava, queria ser pego de surpresa. Minha equipe tinha muito senso de humor e pensava parecido com o que eu já fazia, havia uma afinação muito grande, então era fácil. Quem você possa imaginar eu entrevistei”.
As portas do SBT ficaram abertas, recorda. “Silvio foi gentilíssimo e fez um programa de despedida em minha homenagem. E com o microfone aberto, disse: ‘saudades. Quando quiser, você volta, mas acho que não terá problema’. Falei: ‘porque você também não volta [pra Globo]?’. E tudo isso foi para o ar”.
A proliferação de talk shows não o incomoda. “Acho ótimo que tenham muitos. Não existe maior atração no mundo que o bate papo, que duas pessoas conversando. É uma forma de voyeurismo, ficar sentado vendo os outros falando”.
Jô comentou ainda a chegada da idade. “Acho que vou envelhecer um dia. Estou com 80 anos e não consigo me sentir mais velho, só mais doído. Interfere no fôlego, faço remo e bicicleta sempre”. E fala sobre morte. “Não tenho medo. Gosto muito de ter morte súbita, que aí acabou, tchau”.
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