O que se sabe até agora sobre a misteriosa morte de Avicii, o DJ sueco que revolucionou a música eletrônica

A morte do DJ sueco Avicii deixou a música eletrônica em silêncio.

 

Tim Bergling, seu nome verdadeiro, que revolucionou na última década a indústria musical com sua mistura de sons, morreu na sexta-feira em Omã em circunstâncias até agora não conhecidas.

 

Aos 28 anos, ele se livrou por apenas alguns meses de integrar o trágico clube dos 27, como é conhecido popularmente o grupo de artistas de fama internacional que morreu com nessa idade, como Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison e Kurt Cobain.

 

Neste domingo, sua ex-namorada postou uma homenagem nas redes sociais. Emily Goldberg escreveu que, durante os dois anos em que ficaram juntos, ele era “o seu maior confidente”.

 

Ela publicou fotos dos dois em sua conta no Instagram junto a uma imagem não datada de uma conversa que o casal teve no serviço de mensagens instantâneas WhatsApp.

 

O casal teria namorado entre 2011 e 2013.

 

Nascido em Estocolmo, capital da Suécia, em 1989, Bergling pavimentou sua jornada rumo ao estrelato após o estouro do hit ‘Levels’ em 2011. Em 2013, lançou ‘Wake Me Up’, consolidando seu nome no panteão da música internacional.

 

Ele escolheu seu nome artístico, Avicci, que significa “o nível mais baixo do inferno budista”, por sua proximidade com a religião e também por estratégica comercial.

 

Isso porque outra pessoa já havia cadastrado o mesmo nome na rede social MySpace.

 

Mas sua morte repentina em circunstâncias ainda não conhecidas em Mascate, capital de Omã, onde estava de férias com amigos, levantou suspeitas sobre suas possíveis causas.

 

Quando anunciou a notícia, a representante do DJ, Diana Baron, se limitou a explicar que havia encontrado o corpo sem vida, e não forneceu mais detalhes.

 

“A família está arrasada e pedimos a todos que respeitem a privacidade dela neste momento difícil. Não serão dadas mais declarações”, informou ela por meio de um comunicado.

 

Desde então, os boatos sobre as possíveis causas da morte começaram a circular pelas redes sociais.

 

Segundo a imprensa local, o irmão do artista chegou a Omã na própria sexta-feira para averiguar as circunstâncias do ocorrido.

 

Mas o que se sabe até agora?

 

Após ser pressionada pela imprensa e em meio à comoção internacional gerada pela morte, a polícia de Omã se viu obrigada neste sábado a emitir um comunicado para por fim a rumores.

 

Na nota, as autoridades asseguraram que tinham “toda a informação” sobre as causas da morte, mas disseram que elas não seriam divulgadas por “motivos de privacidade”.

 

No entanto, confirmaram que logo depois de realizar a autopsia do cadáver, não havia “indicação de crime”.

 

Com a exclusão dessa possibilidade, a maioria dos veículos de comunicação especializados em música passou a destacar a deterioração do estado de saúde do músico, o que teria precipitado sua aposentadoria dos palcos.

 

Mas do que Avicii sofria?

 

Os problemas de saúde do artista começaram em janeiro de 2012 quando ele passou 11 dias internado em um hospital por pancreatite aguda.

 

A doença teria sido causada supostamente por problemas com o consumo de álcool, que o próprio músico chegou a reconhecer.

 

“Beber se tornou uma rotina para mim, mas fazer turnês e beber ao mesmo tempo é impossível, porque você acaba entrando em colapso. Especialmente quando você se apresenta 320 vezes em um ano”, disse ele em entrevista ao jornal britânico Evening Standard.

 

Em 2013, Avicii teve que retornar ao hospital. Os médicos lhe recomendaram uma cirurgia para extirpar sua vesícula biliar.

 

Mas o músico se recusou a se submeter à operação e continuou fazendo turnês até o ano seguinte, quando foi internado novamente.

 

Na ocasião, o DJ passou por uma cirurgia de urgência por causa de uma apendicite, o que fez com que ele se retirasse dos palcos por um curto período de tempo.

 

“Tirei um mês de folga, mas não foi realmente um mês livre”, disse à revista Billboard.

 

“Ficava no estúdio 12 horas por dia e logo depois voltei a fazer shows. É difícil dizer não nesta indústria. Você quer tocar tudo e estar em todas as partes”, acrescentou ele.

 

Aposentadoria

 

Mas os problemas de saúde continuaram e, em 2016, Avicii anunciou finalmente que estava se aposentando dos palcos.

 

“É algo que tenho que fazer para minha saúde”, disse ao site Hollywood Reporter.

 

Na entrevista, ele falou sobre a dificuldade de lidar com a fama e como sentia que isso acabava por ir de encontro à sua personalidade.

 

“Os palcos não eram para mim. Mas não era pelos espetáculos nem a música, mas pelas coisas que sempre envolvem isso; não me sentia confortável”, disse.

 

Avicii também dizia se considerar uma pessoa tímida.

 

“Em geral, sou uma pessoa bem introvertida. Sempre foi difícil para mim. Acho que acumulei muita energia negativa”, acrescentou.

 

Após o anúncio de sua aposentadoria, o DJ disse que tinha que “recuperar sua privacidade” e que passaria a focar-se em si mesmo “pela primeira vez em muito tempo”.

 

“Obviamente essa foi a decisão mais difícil que já tomei na minha vida. Mas até agora me beneficiou tremendamente com relação ao meu bem-estar. Desde muito tempo não me sentia tão feliz quanto agora”, afirmou.

 

Seu último show foi em Ibiza, na Espanha, em agosto de 2016.

 

Últimos anos de vida

 

Nas fotos que compartilhou nos últimos anos nas redes sociais, Avicii era visto viajando pelo mundo, como parte de sua busca por novas experiências após retirar-se dos palcos.

 

Em janeiro deste ano, ele publicou uma selfie na África do Sul, aonde havia viajado de férias.

 

Em uma de suas últimas imagens divulgadas publicamente, o DJ aparecia com dois fãs no hotel de Omã onde três dias depois seria encontrado morto.

 

Ele estava magro e vestia uma camiseta branca com gola azul e uma bermuda amarela.

 

“Obrigado @avicii por vir ao Muscat Hills Resort, esperamos que curta sua temporada aqui”, escreveu a página do estabelecimento nas redes sociais.

 

R7