Painéis solares têm eficácia afetada por altos índices de poluição na China

Os índices de poluição da China podem alcançar níveis extremos, tanto que estamos acostumados a ver imagens de cidades chinesas envoltas em nevoeiros compostos por material particulado e fumaça, assim como da população tentando se proteger com o uso de máscaras.

A situação é tão crítica que, segundo estudos realizados há alguns anos, os territórios que fazem fronteira com a China também são afetados pela poluição, sem falar que milhares de pessoas morrem por conta de complicações decorrentes da péssima qualidade do ar; um estudo publicado em 2016 revelou que um em cada três falecimentos no país pode estar relacionado ao problema.

Bloqueio solar
No entanto, não é só a saúde da população que sofre com a preocupante poluição decorrente do crescimento superacelerado da indústria e do elevado uso de carvão e de outros combustíveis nas últimas décadas. De acordo com uma pesquisa divulgada há alguns dias, a situação é tão crítica que o material particulado em suspensão no ar chega a bloquear parcialmente a luz do sol.

Para se ter ideia, o estudo apontou que os painéis solares instalados na China têm a sua eficácia afetada e apresentaram uma queda de 15% na geração de energia. A análise foi realizada com base em dados obtidos entre os anos de 1960 e 2015 em 119 estações de monitoramento espalhadas pela China e levou em consideração diferentes tipos de instalações solares do país, desde as domésticas até as que são capazes de se mover para acompanhar o movimento do sol, incluindo os parques solares.

O levantamento revelou que, até 2016, a redução na geração de energia por conta do bloqueio dos raios solares causou à China um prejuízo de US$ 1,9 bilhão anuais (o equivalente a R$ 7,1 bilhões), e a queda de 15% seria suficiente para abastecer 1,3 milhão de residências nos Estados Unidos por 1 ano.

A boa notícia é que os chineses pretendem fazer cada vez mais uso de energias renováveis, e, caso os níveis de poluição no ar forem reduzidos aos índices dos anos 1950 e 1960 na próxima década, o que os cientistas acreditam que é possível se o país se empenhar, o ganho energético poderia ser superior a US$ 6 bilhões (R$ 22,5 bilhões) ao ano, além de beneficiar a saúde da população e do Planeta.

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