A presidenta das Federação Paraibana de Futebol (FPF), Michelle Ramalho, decidiu não conceder entrevistas depois da reportagem do Esporte Espetacular, neste domingo, que aponta uma série de irregularidades na eleição de setembro, e que a levou ao comando do futebol no Estado. A dirigente alegou que está passando as festas de fim de ano com a família e que não vai interrompê-las para o que classificou de “denúncias descabidas”.
Michelle Ramalho se defendeu utilizando uma nota oficial, na qual também sai em defesa do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e também procura manisfestar naturalidade com as denúncias, segundo elas, feitas por adversários políticos.
– Quanto às especulações de “manobra” no STJD, eu manifesto o meu mais profundo respeito ao órgão máximo da justiça desportiva do futebol brasileiro que tive a honra de integrar inaugurando a representação paraibana na entidade (Michelle Ramalho)
A presidenta da FPF não cita nomes em sua nota, mas deixa claro que as tais “denúncias descabidas” teriam partido de adversários políticos derrotados nas eleições de setembro. Nesta segunda-feira, o candidato derrotado no pleito, Eduardo Araújo, já disse que vai acionar a Justiça após as denúncias feitas pelo repórter Fred Justo, do Esporte Espetacular. Michelle Ramalho se defende e diz desconhecer qualquer irregularidade citada.
– Tais alegações, completamente descabidas, são fruto de uma mesma causa, qual seja, a ira dos adversários com o novo rumo de honestidade, retidão, legalidade e combate às falcatruas que estamos impondo à frente da Federação desde o primeiro dia e o receio de que este novo tempo exclua para sempre essas pessoas desonestas do Futebol Paraibano – segue a nota.
Michelle também se referiu, na nota, a ex-funcionários que se tornaram denunciantes. Ela certamente se refere ao fato do ex-diretor de registro da Federação, Ademário Cavalcante, ter sugerido que alguns clubes e ligas estivessem irregulares no momento da eleição de setembro. Um deles seria o Diamante Esporte Clube. O time amador de João Pessoa só foi regularizado no sistema da CBF no dia 24 de outubro, ou seja, quase um mês depois das eleições na Federação. Ademário foi afastado da FPF na gestão do interventor João Bosco Luz.
Estamos em pleno processo de auditoria interna, apurando os desvios de conduta de uma série histórica que foram praticados por ex-gestores e ex-funcionários e certamente os denunciantes, os quais não sabemos quem são, já que não nos foi informado pela redação, podem está lançando suspeitas sobre a nossa gestão numa tentativa de desviar o foco (Michelle Ramalho)
Por fim, Michelle Ramalho traçou um paralelo dos dois meses à frente da FPF com os anos de seus antecessores e diz que recebe todas as críticas com naturalidade.
– Iniciamos o nosso mandato com um choque de gestão em todos os setores da Federação, fazendo uma auditoria profunda para corrigir todos os vícios que marcaram a administração do nosso futebol ao longo dos últimos anos. Em face disto, entendemos que as denúncias lançadas contra o nosso projeto, que recém se iniciou há pouco mais de 60 dias, devem ser recebidas com a maior naturalidade, pois foram feitas justamente pelas pessoas que foram afastadas da Federação e do futebol pelas más práticas e ilegalidades que eram comuns antes da nossa posse.
As denúncias de irregularidades na eleição da FPF devem ser encaminhadas ainda nesta semana para o Ministério Público.
Globo Esporte