Após a paralisação de caminhoneiros por seis dias consecutivos, os prontos-socorros correm o risco de fecharem as portas a partir da próxima semana, caso “nenhuma medida imediata for adotada”, de acordo com diagnóstico dado pela Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados) neste sábado (26).
Por meio de nota, a associação manifesta sua grande preocupação com a atual situação de distribuição de insumos aos hospitais em todo o País.
Segundo a Anahp, algumas cirurgias eletivas já vêm sendo adiadas, gases medicinais estão com seus estoque limitados, alimentação dos pacientes já prcisa de adaptações por problemas na distribuição de alimentos frescos, a coleta de lixo hospitalar já está afetada, insumos para exames e hemodiálise estão limitados, além da dificuldade de acesso dos funcionários aos hospitais por problemas no transporte público.
“Exigimos mais uma vez que autoridades de governo e movimento grevista entendam a gravidade do problema e intercedam pela sua solução, adotando imediatamente as ações necessárias para evitar a indisponibilidade de medicamentos, materiais, insumos e serviços necessários para o atendimento aos pacientes”, diz a nota.
A Anahp possui 107 associados, entre eles Hospital Sírio-Libanês, São Luís, Samaritano, Santa Isabel, São Mateus.
Prisão
De acordo com o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, a PF já possui pedidos de prisão para empresários suspeitos de incentivarem a paralisação de caminhoneiros.
A PF investiga empresários por suposta prática de locaute, quando eles incentivam e contribuem para a paralisação de seus empregados. Nesse caso, a greve é liderada por patrões, com o intuito de receber benefícios para o setor. Além de locaute, a PF apura suspeitas de associação para prática de crimes contra a organização do trabalho e a segurança dos meios de transporte e outros serviços públicos.
“A PF já tem inquéritos abertos para investigar essas suspeitas. E os empresários suspeitos serão intimados. Rogério Galloro diretor-geral da PF também nos informou que já existem pedidos de prisão. Estão aguardando manifestação da Justiça”, disse o ministro.
Questionado sobre mais informações, o ministro disse que não poderia dar mais detalhes.
Multas
O governo federal começou a aplicar multas às transportadoras no valor de R$ 100 mil por hora parada. De acordo com dados divulgados no início deste sábado, 349 multas foram dadas, totalizando R$ 1,77 milhão, segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal).
As multas estão previstas no Código de Trânsito Brasileiro. No artigo 253-A, o código considera infração gravíssima “usar qualquer veículo para, deliberadamente, interromper, restringir ou perturbar a circulação na via sem autorização do órgão ou entidade de trânsito”.
R7