Rita Pavone está comemorando 55 anos de carreira. Eternamente lembrada pelo hit Datemi un Martello (ouça abaixo), a cantora italiana desembarca em maio no Brasil para uma série de shows.
A turnê Rita is Back passa por Porto Alegre (dia 12, Teatro do Bourbon Country), Curitiba (dia 15, Teatro Positivo), São Paulo (dia 17, Tom Brasil) e Rio de Janeiro (dia 19, Vivo Rio).
“Quando cheguei no Brasil, em 1964, vi cenas de histeria no melhor estilo Beatles. Haviam garotinhas gritando e chorando por mim!”
Rita Pavone
Rita, de 72 anos, volta aos palcos mostrando antigos sucessos e canções mais recentes. Morando na Suíça com a família, a diva falou com o R7 sobre as apresentações por aqui.
— A turnê não é apenas uma “viagem nostálgica”. Com certeza, não! Vamos tocar as músicas mais populares, mas também traremos faixas do meu elogiado disco Masters (2013), que foi gravado com uma grande orquestra ao vivo no estúdio. Então, o espetáculo será uma mistura de rock e baladas pungentes.
A vida de Rita é tão intensa quanto surpreendente. Em 2006, ela anunciou que daria um tempo dos palcos e candidatou-se ao senado italiano. Porém, não foi eleita e ainda saiu decepcionada.
— O mundo da política é naturalmente “sujo”.
Fã confessa do Brasil, a cantora mantém seguidores fieis por aqui desde os anos 60, quando fez grande sucesso no País. Rita diz que está ansiosa para matar a saudades dos brasileiros, que não visita desde 1987.
— Espero, queridos, que a alegria de me ver novamente seja tão grande quanto a minha. Voltar ao Brasil é, com certeza, celebrar uma antiga amizade.
Veja abaixo os melhores momentos do bate-papo com Rita Pavone.
Primeira vinda ao Brasil
— Em 1964, eu era muito popular no Brasil, mas não sabia o quanto. Então, ao chegar no País, me surpreendi com cenas de histeria no melhor estilo Beatles. (risos) Haviam garotinhas gritando e chorando por mim! Depois disso, voltei ao Brasil várias vezes, incluindo, uma viagem de lua de mel. Tenho muitos amigos brasileiros que sempre mandam presentes de aniversário, Natal ou Páscoa.
Datemi un Martello
— Originalmente, If I Had a Hammer é uma canção de protesto do cantor e compositor americano Pete Seeger (ouça abaixo). Na época, a RCA italiana queria que eu a cantasse, mas a letra tratava de problemas sociais que não se refletiam na Itália. Trini Lopez (cantor americano de ascendência mexicana) tinha feito algo mais “leve”, usando um ritmo diferente, porém, o texto ainda era forte demais para uma menina como eu. Então, o chefe da gravadora pediu que um grupo de compositores adaptasse o conteúdo, mantendo a frase “datemi un martello” (me dê um martelo). No final, ele escolheu o texto de Sergio Bardotti para refletir o descontentamento e, portanto, o protesto de uma jovem naquela idade “ingrata” chamada adolescência.
Eleições italianas de 2006
— Me candidatei ao senado com genuinidade de sentimentos e vontade, mas não valeu a pena. O mundo da política é naturalmente “sujo”. As fraudes estão sempre na esquina. Assim como os milhares de cartões de eleitores estrangeiros encontrados, ainda intocados, em latas de lixo no ano em que participei. Além disso, na hora da eleição, todos prometem o “céu e a terra” para o povo e, depois de eleitos, eles esquecem imediatamente de tudo. Porém, eu não me arrependo dessa aventura.
Boa forma aos 72 anos
— Esteticamente falando, eu acho que nunca fui linda. Para mim, belíssimas eram atrizes como Ava Gardner, Grace Kelly e Ursula Andress. Eu sempre tive um charme que agrada de alguma forma. Já para manter a forma, no meu caso, é preciso comer uma vez por dia. Duas refeições me fazem engordar imediatamente. (risos) E, falando em cantar, eu diria que hoje minha voz é muito mais bonita do que quando eu era jovem. A maternidade realmente fez um ótimo trabalho! (risos)
Casa na Suíça
— Moro na Suíça desde 1968. Eu me casei lá porque meu marido, que já era casado no papel, teve problemas em reconhecer seu divórcio na Itália, onde a lei sobre isso chegou apenas em 1970. Esse fato poderia ter nos causado sérios problemas, então decidimos sair para morar em outro País. Como a Suíça me ajudou em um momento difícil da minha vida, decidi ficar com minha família por ali.
Rita is Back no Brasil
— A turnê não é apenas uma “viagem nostálgica”. Com certeza, não! Vamos tocar os sucessos mais populares, mas também traremos faixas do meu elogiado disco Masters (2013), que foi gravado com uma grande orquestra ao vivo no estúdio. Eu tenho um grande carinho por esse CD, pois cantei composições de artistas que foram minha referência musical durante a adolescência. Então, o espetáculo será uma mistura de rock e baladas pungentes.
Novidades
— Estamos planejando fazer um segundo CD Masters, mas com grandes sucessos italianos.
R7