O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) premiou, nessa terça-feira (20), o projeto do Grupo de Mulheres da Biojoias DUÁ com o 1º Prêmio Guardiãs da Sociobiodiversidade. A iniciativa reconhece o trabalho de organizações formadas por detentores de conhecimentos tradicionais associados, beneficiários da Lei de Acesso e Repartição de Benefícios.
Sob a liderança de Ana Lúcia do Nascimento, conhecida como Mestra Ana do Coco, o grupo recebeu a premiação de R$ 45 mil, valor repassado pelo Fundo Nacional para a Repartição de Benefícios (FNRB), vinculado ao MMA.
A Mestra Ana, descendente de uma linhagem de resistência e sabedoria ancestral, é responsável não só pela criação das Biojoias DUÁ, mas também pela organização da extração do azeite de batiputá, reconhecida por suas propriedades anti-inflamatórias e cicatrizantes. Seu trabalho valoriza e envolve o uso de sementes nativas e saberes tradicionais do quilombo Ipiranga, localizado no município de Conde (PB).
A comunidade é uma das 39 comunidades quilombolas mapeadas pela Secretaria da Mulher e da Diversidade Humana e faz parte, junto do Gurugi e Mituaçu, o território quilombola de Conde. Apesar de não estarem próximas, as três comunidades tem um histórico de cooperação, em ações voltadas à sustentabilidade e à valorização cultural.
Foi daí que surgiu o Mercado de Artesanato do Gurugi, espaço onde Marcele Barbosa comercializa as biojoias produzidas por dona Ana. Com peças feitas a partir das sementes colhidas no chão da resistência quilombola.
Portal Correio