São Paulo e Palmeiras chegam à semifinal com autoridade

O São Paulo fez o que se espera de um clube grande quando enfrenta equipes menores em um campeonato estadual. Sufocou o adversário, mostrou autoridade com a bola nos pés e eliminou a Ferroviária sem levar sustos.

Antes de a bola rolar, alguns torcedores provavelmente recordaram o histórico recente de eliminações contra equipes inferiores tecnicamente. O medo nesta ocasião era até de se entender. A eliminação para o Mirassol, nas quartas de final do Paulistão do ano passado, deixou cicatrizes.

Mas a atual equipe de Crespo deu mais uma amostra de que nesta temporada as coisas podem ser diferentes. O São Paulo entrou em campo ciente do que teria que fazer para eliminar o rival, e a primeira delas era não deixá-los jogar.

As partidas do São Paulo no comando do argentino, aliás, têm se caracterizado por essa forma de jogo. Crespo pede uma marcação pressão, e os adversários têm dificuldades. Logo no primeiro minuto de jogo, por exemplo, Pablo apareceu na área para girar e chutar com força.

A pressão se estendeu até que o primeiro gol fosse feito, aos 30 minutos do primeiro tempo, com Gabriel Sara. E diferente de anos passados, o São Paulo não passou a se defender depois de abrir o placar. Pelo contrário: passou a habitar ainda mais o campo do rival.

Foram necessários apenas mais três minutos para ampliar o marcador, dessa vez com Liziero. O Tricolor jogava fácil, sem medo de rodar a bola de um lado para o outro até encontrar o jogador melhor posicionado para arrematar.

Nem mesmo o golaço de Renato Cajá, de falta, para diminuir a vantagem, mexeu com o time.

O show de Benítez
O segundo tempo serviu para mostrar que além de um jogo coletivo que funciona, o São Paulo também tem um meia que destoa e pode ser a principal engrenagem desse time na temporada. Trata-se de Martín Benítez.

O argentino já tinha ido bem na etapa inicial, participando dos dois gols, mas foi nos 45 minutos finais que ele colocou o jogo “no bolso” e levou o Tricolor à vitória com ainda mais tranquilidade.

Puxando contra-ataques e distribuindo passes com categoria e lucidez, Benítez mostrou que o meio de campo articulador tem um dono. No ano passado, o São Paulo teve dificuldades para ter esse jogador pensador.

Por muitas vezes Igor Gomes teve essa responsabilidade, mas nunca conseguiu responder à altura. Gabriel Sara, por sua vez, não tem essa característica como principal, e Benítez caiu como uma luva para esse time.

Os 4 a 2 foram construídos com o jogador participando de todas as jogadas. Caso mantenha o nível na semifinal e em uma possível final, o Tricolor desponta como favorito a levantar o troféu que tanto almeja.

No domingo, a equipe enfrenta o Mirassol, o carrasco do mata-mata no ano passado, e tentará exorcizar de vez a sina de cair para times de menor expressão – se avançar, enfrenta o vencedor de Palmeiras x Corinthians.

Contra a Ferroviária, a equipe deu uma demonstração de que o futebol bem jogado e os destaques individuais podem fazer um primeiro semestre que não se vê no clube desde 2005, ano do último título paulista conquistado pelo Tricolor.

 

 

 

Acostumado a decidir jogos na Copa Libertadores, Rony resolveu mais uma vez para o Palmeiras, mas agora pelo Paulistão. Com gol do camisa 7, o atual campeão venceu o Red Bull Bragantino por 1 a 0, na última sexta, em Bragança Paulista, e garantiu vaga na semi do torneio estadual contra o Corinthians, domingo, às 16h, em Itaquera (com transmissão da Globo e do SporTV).

Depois de correr risco de cair ainda na primeira fase, o Verdão arrancou na reta final e venceu o confronto contra a principal equipe do interior, novamente mostrando a força de seu time B.

Abel Ferreira, como de costume, tirou praticamente todos os titulares que atuaram na terça-feira, na Libertadores – apenas Weverton, Gustavo Gómez e Renan começaram jogando no Paulista. A diferença é que desta vez o português levou os poupados para o banco de reservas.

Ainda que o Bragantino tenha tido uma grande chance na primeira etapa em que Claudinho acertou o travessão com um lindo voleio em jogada ensaiada, o Palmeiras mostrou segurança com algumas das novidades que Abel tem implementado.

A primeira, o sistema com três defensores, com Mayke novamente se destacando como zagueiro pela direita. A novidade em Bragança Paulista foi a tentativa de jogar com Lucas Lima como lateral naquele lado.

Defensivamente, o camisa 20 surpreendeu e cometeu poucos erros fechando a linha com cinco jogadores enquanto o Palmeiras não tinha a bola. Quando atacou, o meia teve liberdade para se movimentar e buscar o centro do campo.

No primeiro tempo, o jogo foi mais amarrado, com o Verdão tendo problemas para sair da marcação alta do Bragantino Mas a segunda etapa foi de amplo domínio alviverde.

O Palmeiras tirou a saída de bola do adversário e começou a criar chances, mas ainda sem incomodar o goleiro Cleiton. Abel, então, lançou a dupla de ataque titular: Luiz Adriano e Rony.

Os dois participaram do lance do gol, junto do principal atleta da equipe B: Gustavo Scarpa. Após pivô do camisa 10, o meia fez uma boa jogada e acertou o travessão. No rebote, Rony marcou o gol da vitória no estádio Nabi Abi Chedid.

É o sexto gol do camisa 7 na temporada de 2021, em que é o artilheiro da equipe. Mais uma atuação decisiva do atacante, que reforçou o time B cada vez mais encorpado, seguro defensivamente e com boas saídas no ataque.

Pelo tempo curto de recuperação, Abel deve mudar novamente a escalação para a semifinal, domingo. Neste cenário, há a chance de ver os titulares na semifinal, mas se levar em conta a base que tem sido usada nesta série de quatro vitórias no Paulista, o português sabe que de qualquer forma escalará uma equipe competitiva para defender o título paulista.