Goste você ou não de Elon Musk, mas é inegável que as empresas dele tentam tornar o mundo um lugar melhor. A Tesla, por exemplo, desenvolve carros elétricos, que poluem menos do que os tradicionais veículos com motor a combustão. A SpaceX, por sua vez, quer levar o homem comum ao espaço. O próprio X (antigo Twitter), essencialmente, busca promover a liberdade de expressão (embora haja discordâncias em relação aos limites disso).
Ah, mas ele lucra em cima disso. Sim, assim como qualquer outro empresário. Seja ele de direita ou de esquerda. Não estou aqui escolhendo a pessoa pela preferência política dela. Só estou dizendo que as empresas de Musk oferecem produtos e serviços bacanas.
A Starlink também tem uma razão nobre por trás. O projeto busca levar internet de alta velocidade a áreas remotas e isoladas, onde o acesso às redes terrestres tradicionais é limitado. De acordo com o próprio empresário, a ideia é revolucionar o mercado de telecomunicações e democratizar o acesso à web.
Segundo dados de setembro, a empresa já tem 6.350 satélites em órbita baixa, ou seja, estão cerca de 550 quilômetros acima da Terra. Juntos, esses satélites formam uma constelação que visa cobrir áreas extensas, oferecendo internet de alta velocidade.
O plano da companhia é expandir ainda mais o seu alcance. Para isso, a Starlink planeja lançar mais 7.500 satélites. E isso deve beneficiar o Brasil.
A Starlink e o Brasil
- Antes de tudo, é importante destacar que a empresa já atua em nosso país.
- São cerca de 220 mil assinantes, e mais de 33% deles vivem na região Norte.
- Esse número representa uma quantidade mínima dentro do total de quase 50 milhões de conexões com internet registradas em julho deste ano (sendo que 10 milhões são da Claro).
- A cidade com mais assinantes é Boa Vista, capital de Roraima.
- Ao mais que dobrar o número de satélites, a Starlink quer ampliar sua participação no mercado.
- Não só no nosso, mas no de outros países também.
- Ao todo, a empresa já está presente em mais de 102 nações (segundo disse o próprio Musk).
- Vale destacar que, para operar no Brasil, qualquer empresa de internet por satélite precisa de autorização da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
- O mesmo vale para a ampliação desses serviços.
- O pedido de novas operações deve ser analisado pela Anatel em 13 de fevereiro.
- O relator do processo é o conselheiro Alexandre Freire, que publicou um relatório com essas informações na última segunda-feira (2).
Problemas e soluções
Levar internet para zonas rurais, regiões carentes ou áreas isoladas é uma causa importante. Isso por que a infraestrutura de fibra óptica (a mais comum) é inexistente ou inviável para muitas dessas localidades.
A Starlink já possui mais de 3 milhões de clientes em todo o mundo. O número ainda é relativamente pequeno, mas a companhia vem crescendo bastante nos últimos meses.
Essa velocidade de expansão começou a gerar preocupação na comunidade científica, sobretudo entre astrônomos e ambientalistas. O número crescente de satélites na órbita terrestre está atrapalhando a observação do espaço – por meio de telescópios. Além disso, o aumento da poluição espacial e o risco de colisões são pontos de atenção, segundo explica o site Space.com.
Mas antes de culparmos somente a Starlink, é importante dizer que outras empresas e governos também empilham satélites em órbita baixa. No caso das companhias, Amazon, Boeing e OneWeb já anunciaram iniciativas semelhantes à de Elon Musk, o que pode intensificar a competição no setor nos próximos anos.
Olhar Digital