Um vídeo produzido para a CBC no ano passado viralizou nesta terça-feira (20) após mostrar detalhes do submarino OceanGate Titan, que desapareceu no domingo (19) enquanto realizava uma expedição turística nos destroços do Titanic. Conforme as imagens, a embarcação era operada por um controle de videogame que custa 42 euros (cerca de R$ 219).
O que aconteceu?
- Um veículo submersível (uma espécie de ‘minisubmarino’) usado exclusivamente para transportar turistas até os destroços do Titanic desapareceu no Oceano Atlântico no domingo (19);
- A prática de visitar os destroços do Titanic a 600 km da costa de Newfoundland, no Canadá, é relativamente comum;
- A OceanGate Expeditions cobra mais de R$ 1 milhão por um lugar na jornada de 8 dias para avistar o navio mais famoso do mundo de perto;
- O submarino tinha um piloto e quatro passageiros, entre eles está um dos maiores estudiosos do naufrágio do Titanic, Paul-Henry Nargeolet;
- Em uma corrida contra o tempo, os EUA e o Canadá seguem nas buscas pela costa sudeste canadense com navios e aviões — a Guarda Costeira prevê que o submarino tenha entre 70 e 96 horas de oxigênio (ou seja, a partir da partida da embarcação, o oxigênio deve durar até quinta-feira).
O controle de videogame mostrado no vídeo é do modelo Logitech F710 e, após algumas alterações de adequação, foi ligado a três telas touchscreen para ser utilizado no submarino. A filmagem mostra o próprio CEO da OceanGate, Stockton Rush, realizando um tour no interior do veículo e explicando o funcionamento do joystick junto a embarcação.
Tudo é comandado por este controlador de game e nossas touchscreens. Se você quiser ir para frente, vai para frente, se quiser ir para trás, vai para trás, e é tudo controlado por bluethooth.
Stockton Rush, CEO da OceanGate, em vídeo de tour do Titan.
À TV Globo, David Pongue, repórter da CBS News, contou que em novembro do ano passado conferiu de perto o design e dinâmica do submarino que desapareceu e “tudo pareceu amador”. Em sua visita, inclusive, o jornalista desceu só 10 metros de profundidade porque o submersível apresentou problemas técnicos.
Ele acrescentou que a embarcação não tem GPS ou cabo ligado à superfície, sendo conduzido por mensagens de textos trocadas com equipe em solo. Ele também divulgou que, ao aceitar embarcar, os passageiros assinam um termo que descreve o submarino como “embarcação submersível experimental que não foi aprovada ou certificada por nenhum órgão regulador e pode resultar em lesões físicas, incapacidade, trauma emocional ou morte”.
O submarino era dirigido com controle de videogame. E não tinha GPS, nem cabo que o ligasse até a superfície, mas o fabricante garantiu que a cápsula, que é o mais importante, é segura, blindada, feita pela NASA.
David Pongue, repórter da CBS News, à Globo.
A OceanGate Expeditions já confirmou em comunicado oficial o desaparecimento do submarino, informando que eles estão “explorando e mobilizando todas as opções para trazer a tripulação de volta com segurança”.
Todo o nosso foco está nos tripulantes do submersível e suas famílias. Estamos trabalhando para o retorno seguro dos tripulantes.
Com informações da CBC, UOL e Globo
Olhar Digital