Uma série de sinais de rádio (fast radio bursts, ou simplesmente “FRB”) intermitentes e repetidos foram detectados pelo telescópio presente no observatório CHIME, na Columbia Britânica, Canadá. Os sinais, segundo os astrônomos, estão a cerca de 1,5 bilhão de anos-luz de distância, mas especialistas asseguram que ele vem de uma única fonte.
Ao todo, foram 13 emissões do mesmo sinal, feitas em caráter sucessivo, e os astrônomos não sabem apontam o propósito delas. Essa não é a primeira vez que algo do gênero é captado pela tecnologia da Terra: “Saber que existe mais uma [série de sinais] sugere que muitos outros podem existir”, disse Ingrid Stair, uma astrofísica da Universidade da Columbia Britânica. “Com mais repetidores e mais fontes disponíveis para estudo, nós talvez possamos compreender estes quebra-cabeças cósmicos — de onde eles vêm e o que os causa”.
O observatório CHIME, na Columbia Britânica (Foto: Will Ivy/Alamy)
A aparição anterior também foi detectada pelo observatório, embora por um outro telescópio. A presença desta segunda série de FRBs indica, segundo os especialistas, que há um padrão de repetição destes sinais vindos do mesmo ponto no espaço. A equipe do CHIME conta que, quanto mais FRBs forem detectados, mais fácil será determinar o seu ponto de origem e sua causa. A outra aparição ocorreu em 2012, a 2,5 bilhões de anos-luz de distância.
O CHIME também conta que esta série de sinais é a primeira a ser detectada em uma frequência baixa de ondas: a 400 MHz (Megahertz), os sinais mais recentes superam o recorde anterior, que era de 700 MHz. Os especialistas não souberam dizer o que isso significa (e, claro, muita gente já imagina que finalmente os ETs revelaram sua existência, ainda que a emissão de tais sinais tenha outras explicações possíveis provenientes de fenômenos astronômicos), mas informam que a detecção de sinais de rádio em frequências menores podem revelar detalhes sobre o ambiente ao redor do ponto de onde eles se originaram — se há muito gás próximo, por exemplo.
O Observartório CHIME é localizado nos arredores de Penticton, na Colúmbia Britânica. Ele possui antenas semicilíndricas de 100 metros de tamanho e opera 24 horas por dia, escaneando o céu pela região norte da Terra, tornando-se uma ferramenta essencial na detecção de FRBs. Esta segunda série de sinais captados veio quando o telescópio não estava em seu maior ponto de sensibilidade, o que significa que o observatório poderá, um dia, localizar dúzias de sinais todo dia.
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